VORAGEM
 
                     ®Lílian Maial & Nathan de Castro

 
 
Toma os meus seios, bebe do meu leite,
E arrisco-me a ninar um novo verso!
Vara as entranhas para o meu deleite,
Lambe o meu sangue, em rimas, submerso!

 
Suga o meu suco, os líquidos!... O azeite
deixa escorrer no corpo, já disperso,
em que me faço, da nudez, enfeite,
em que te enrosco num balé perverso!

 
E cuido de te amar à beira-morte,
com todos os venenos da mulher
de tantas faces, tantos personagens...

 
E trato de riscar profundo corte,
com todos os requintes do talher,
manter-te vivo em minhas tatuagens!

 
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