No tempo.-Gerson F. Filho./Maria Thereza Neves

No tempo.

Que digam! Ele falou de amor.

Que navegou as incertezas,

Que viveu como desbravador.

Que sobreviveu às tristezas.

Onde o carinho foi dispensado.

Onde as palavras se perderam,

Onde o argumento foi rejeitado,

Onde as minúcias se ofenderam.

Para remissão das ausências.

Para a inclusão de um perdão.

Para diluir tantas conseqüências,

Para a alma; tempo e coração.

Que digam! Na aridez do deserto,

Houve um momento de emoção.

Gerson F. Filho.

***

No tempo.

Digo, a vida as vezes embrulha tudo,

Horas antigas no meio da travessia.

Nem o espelho sabe mais do mundo,

Mas o vento guarda o tempo de maresia.

Uma sensação ainda do amor contido ,

Mesmo na perda dos momentos sentidos.

Aperta, afrouxa o peito que sangra incontido,

Perde rumos ,chega as margens sem destinos.

A emoção ausente na poesia fria ,

Precisa do amor para equilibrar ,

Uma madruga comum,uma lua cheia,

Um abraço forte para de novo amar.

Falo do gosto doce da saudade ,

Da melodia que ainda voa no ar.

05/01/2009

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 05/01/2009
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