Deixa-nos vivermos no outono.
Ilia.
Folhas secas caem no bosque
O outono chega mais rápido
A pele envelhecida do homem
Que sorrir sem demonstrar paixão
Elio.
Ao caminhar sempre noto
No que piso a mostra da estação
E nós seres humanos sem ação
No envelhecer tão rápido.
Ilia.
Tudo que ocorre no seu caminho
São trilhados pelo destino folgado
Iludindo o moço encapuzado
De vestes rasgadas feitas no agreste
Elio
Os acontecimentos
É trilha de nossas vidas.
Culpar o destino as metas traçadas
Os breves e lépidos momentos.
Ilia.
O que acontece na véspera
Do aniversario da morte
Da colheita dos frutos sem sorte
Da mulher que balança e não dorme
Elio
A antítese do aniversário.
É quase sem comentário.
Não se joga azar
Culpa se a nós pelo não amar.
Ilia
O que fazer quando as folhas
Do outono começam a cair?
O que fazer do amor sem fim
Que insiste viver em mim
Elio
A natureza não nos corrompe
Ela nos chama e convence
Que não há falta de amor.
E nem existe a dor.
Ilia.
Se é preciso sorrir sem viver aqui
O que fiz para a solidão me agarrar
Porque é tão difícil amar?
Porque o outono demora a passar?
Elio
Das folhas caídas
A esperança renascida
Da solidão que julgas ter
Outras folhas vão nascer