Meu Menino


Tu és
meu  menino,
perfeito,
tua presença
sempre alegra
o meu dia
(ivi)

Um dia inda verás o meu retrato
Transido pelos ventos, frio intenso.
Se às vezes eu te iludo, nunca penso
Ser isso, na verdade um duro fato.

Não quero que tu penses ser ingrato
O vento que te mostre um ar mais denso,
No fundo sou tristonho, e o mar imenso
Que eu crio, não passou de um vão regato.

Desnudo-me e sei quanto isto te assusta,
Da imagem que criaste, tão robusta
Apenas a figura amarga e frágil

De quem em solidão, já se perdeu,
Sem paradeiro a morte em himeneu
Será meu derradeiro e bom naufrágio...
(Marcos Loures)