Morre o poema...Angela Lara/Maria Thereza Neves
Morre o poema...
Angela Lara
Morre o poema desesperado
silencioso e frio como a serpente
Morre sem rima e sem reinado
desfalecendo assim de repente...
Morre o poema na realidade
entre guerras, fome e incerteza
Morre pela insana maldade
de mãos sangrentas sobre a mesa...
Morre o poema agonizante
sem nem sequer despertar
Morre entre a palavra indiferente
para renascer em outro lugar...
&
Morre o poema...
Maria Thereza Neves
Sofre, definha a inerte emoção
o intenso ficou tão raso, com razão
em gotas rasga, dilarcera o coração
quando roubada a inpiração ...
Carrega o peso de todo o mundo.
Perde seu eixo, seu centro
sem poros, sufocado ,engasgado
vai morrendo pouco a pouco por dentro .
Nas ruas desertas, sem chão
as palavras calam ,a rima some
lacradas, caladas no cego porão
sem respirar o poema fenece .
8/12/2008