Poente
Reza a lenda que nascemos ao berço de ouro,
Que na vida, refletimos alegrias e amor num todo
Mesmo apagados pela singela euforia...
E a cada nascer, a cada poente um novo dia,
Coloquemos os sentimentos em brasa ardente
E sem querer esquecemos do próximo com dor latente...
Amamos a vida em interina escrita...
Apaguemos o rancor derivado de rebeldia...
(beics)
Reflexos de outros erros do passado,
Cevamos os abrolhos do futuro.
Do fim há tanto tempo anunciado,
Cravamos más sementes, solo duro.
Pisando no fantasma injustiçado,
Aumento pouco a pouco o enorme muro,
Gigante e intransponível alambrado,
Saída, na verdade não procuro.
E interno o coração neste gradil,
Que embora saiba ser imenso e vil,
No fundo me protege e me cerceia.
Matando o que podia ser o sonho,
Cenário desolado que componho,
Apodrecendo o sangue em cada veia...
(Marcos Loures)