DUETANDO

Vou te enviar um pote de lágrimas

E com certeza farás delas uma melodia

Mesmo que sejam lágrimas amargas

As águas do meu mar salgado

Em tuas mãos se tornam rio.

Sei que meu mar de lágrimas

Me afoga nas letras que afago

Não sei se sou poeta ou apenas bate

Em mim a brisa de um vate

Com seu doce cálice de letras.

Sou um emaranhado de folhas secas

Ou um broto querendo surgir

Não sei o que faço aqui

Com meus versos que se desfazem

No exitir de teu universo (poético)

Ana Maria Carvalho

Eu vi tuas lágrimas

Escorrerem aos quatro cantos

Como chafariz ou cântaro partido

Vi teus segredos guardados

E o sentimento reprimido.

Vi teu cântaro de lágrimas

Recolhidas no silêncio de noites a fio

De insônias, pesadelos e medo

Meus segredos juntei às tuas águas

E se tornaram doces como um rio.

Adalberto Lima