SOLIDÃO - damiaoaraujo E A SOLIDÃO É FERA - Giovânia Correia
SOLIDÃO
damiaoaraujo
Estamos sós em meio à multidão
Ninguém nos vê, mas dizem bom dia
Seus olhos explicam psicologicamente
O sentido de estar só
E este contorno negro em seu olhar
Traduz o estilo de pantera da noite
Solitária e pensativa
Cante a canção do exílio
Soe a trombeta do regresso
Seus olhos me chamam e eu vou
Não me deixe só, dizem seus olhos
Não deixarei, diz meu coração
Solidão, solidão
Cante a canção
E toque a trombeta
Olhe a multidão
Solidão, solidão
Canção do exílio
Som do regresso
Panteras na noite
Cabelos ao vento
Sono profundo
Solidão, solidão...
A solidão é fera
Giovânia Correia
Sorrateira e em silêncio.
Ela chega devagarzinho.
Calejando por fim a alma.
E deixando a dor do espinho...
Com uma face assustadora.
Estremece o coração.
Deixando-o pálido e inerte.
Completamente sem direção.
Amiga das horas incertas.
Aliada da saudade.
Deixando aparente no rosto.
A dor da imparcialidade.
Resumo de um anoitecer.
Sem estrelas e sem luar.
A solidão é fera, é devasta...
Por fim pode até matar.
Dizem que o poeta.
Encontra a rima perfeita na solidão.
Pois através dela redige versos.
Ditados pelo coração...
Mas não tente compreender essa façanha.
E nem mesmo a queira imitar.
Fica somente para os poetas.
Esse sóbrio dom interpretar.