A TELA

Vou te dar uma tela, bem pequenina,

poeta-pintor quero uma pintura minha,

te adianto meu senhor: sou efêmera

e fugaz como o ar que tu respiras,

não sou linda nem sou feia,

sou do jeito que imaginas.

Quero um fundo azul,

sem muito brilho por perto,

sou simplesmente uma sombra,

às vezes, um deserto,

pinte também minha voz,

sempre saio do tom,

mas na sua tela, meu pintor,

quero meu canto bom.

Espero o quadro do mundo,

como quem espera a vida,

vou sentar na beira do caminho

e esperar com carinho

embaixo do baobá,

mais frondoso que achar.

Meu amigo poeta-professor,

fico encantada com sua presença

suas palavras me fazem pensar

que alguma coisa, nem que seja uma gota

ou uma letra só, faz sentido.

E continuando, vou esperando

que vá pintando minha tela

e faça uma aquarela

com a tinta que te dou.

Ana Maria Carvalho em 17/11/2008 10:25

para o texto: PINTANDO O MUNDO

Há quanto tempo,

no topo da palmeira não se via

Um rouxinol calar-se

Para ouvir Ana Maria.

Por isso me calo

Seguro meu canto

Porque só no Recanto

Posso com ela encontrar

E assim os poetas se encontraram

Nas páginas do Recanto

E ao se abraçar, choraram

Porque se amavam tanto

De onde vem esse amor

Se não é da poesia

Que faz o poeta sonhar

A mais linda fantasia?

Então, pus-me a pensar

Quão efêmera é a vida

E vi que tudo era um sonho

Do meu poetar.

Adalberto Lima