DUETO II

Chamaste-me ao duelo

Eu vou ter que duelar

Vou afinar minha lira

E te colocar na mira

Quando eu começar rimar

"Amargas e externas

Internas e profundas marcas de amores"

Dores profundas risos calados

Cicatrizes,segredos guardados

Vou te contar. Sei que a rosa

Que em verso e prosa

Vou te enviar

Será bem guardada

E bem conservada

Em teu poetar.

O poeta procurava na praia

Seus segredos, anseios e medos

Com as conchas misturados

Numa luta vã, o dia inteiro

Procurava o amor arrastado

Pela ressaca do mar bravio

Mas foi no rio, na pororoca

do delta com o mar que veio

a encontrar a fonte dos anseios

Numa garrafa boiando

E dentro dela,um gênio gritando

Para alguém o libertar.

O poeta destampou o frasco

A boiar, o gênio era

seu medo de amar,

seu segredo querendo voar

Pois o poder estava trancado

Há muitos anos guardado

No cofre do saber poetar

E então, libertou o gênio contido

E entre sorrisos e gemidos

Fez do livro, seu lazer, seu lar

Porque ler é massagear

a lâmpada poderosa e liberar

o engenho poético retido

Escrever é oferecer um tapete voador

Para que outros possam alçar vôos

no mundo encantado

da imaginação poética do escritor

Em viagens fantasiosas de amor

Nos segredos e medos do coração.

Escrever é também oferecer

um tapete voador para que

outros possam alçar vôos

no mundo encantado da magia

de transformar a dor e o medo

o segredo e a vida em poesia.

ANA M.CARVALHO/ADALBERTO LIMA