Para Rimar com Paixão
© Nathan de Castro
Empresta-me a poesia dos teus dias
e escrevo o amor maior das cachoeiras,
invento o sol num beijo e as fantasias
dos frutos que seduzem as palmeiras.
Entrega-me o escuro, as noites frias
e todas as palavras carpideiras,
para comporem novas melodias,
quando a saudade ousar dizer besteiras.
E cuido de exaltar as madrugadas,
apresso-me a gritar que a vida é nada...
Sem os teus lábios tudo é solidão!
E cuido de compor novas estradas,
acendo a luz e as rimas da alvorada,
pois sei que o verso é a estrela da paixão.
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Só Loucura
© Lílian Maial
Meus dias não são meus sem teu caminho,
e os versos não traduzem meu vazio.
O sol machuca a pele sem carinho
dos braços, que me fazem arrepio.
As noites são mais frias sem teu ninho,
e eu choro a tua ausência que, hoje, expio.
E bebo a solidão - amargo vinho -
com notas de saudade e calafrio.
Exorto os temporais, raios, procelas,
que venham mil trovões e o fim do mundo,
que a vida é a insanidade que não cura!
E cuido de compor as aquarelas,
posando de Van Gogh por um segundo,
que a rima da paixão é a loucura!
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