Aqui Estou, Meu Amor ...
Aqui estou,
amor meu,
quero um carinho,
que você me prometeu ...
(ivi)
Perdoe minhas mãos que, calejadas,
Expostas aos temíveis vendavais
Demonstram cicatrizes e sinais
Das urzes entre flores cultivadas.
O fardo de viver pesando tanto,
A carne apodrecida se derrete,
A morte vem cobrando já se frete
Povoa minha noite o desencanto.
Olhar para o passado e ver somente
O aborto inevitável da semente
Matando em nascedouro a fantasia.
Os vermes, larvas, moscas, comensais
Fazendo nos meus sonhos, bacanais,
Serão a derradeira companhia..
(Marcos Loures)