Tu 



Vem ousar comigo
e não te arrependerás,
tua boca na minha,
corpos se desejando,
fragrância das peles,
paixão fulminando ...
(ivi)
 


Eu sempre fui pacato cidadão
Perambulando à toa pelas ruas,
Sem ter qualquer poder de sedução
Néons sempre ocultando sóis e luas.

Numa interna fornalha, o meu vulcão
Dormita nas verdades duras, cruas,
Constante caminheiro. A negação
Morrendo entre revistas, cenas nuas.

Até que tu vieste e num rompante,
Tomando este cenário ao mesmo instante
Em que tu derramavas tanto charme.

Como se fosse pólvora, tocaste
Ardência faz agora este contraste
Tocando da esperança, um louco alarme...
 (MARCOS LOURES)