O DESDOBRAR DO AMOR
Tentar tentei
Não consegui
Morte à raiz!
E florada agora incerta
Contrária à primavera
E estações afins...
Palor agora
Nas folhas mortas
Ao léu dispersas...
Inversa ao que sonhei
Secura do deserto
E o sangue deste feto
A condenar a grei...
VÃ MÍSTICA
Semear? Semeias,
E sementes
Carecem do podre e dos sins
E se na areia jaz o sangue
É no céu que a primavera desencadeia
E no que morre a semente, nasce o ritmo.
Nas águas o sal da face, e aguarde...
Pois nas tuas mãos... Esta a sorte.
E com que milagre, o fel da seiva
Amarga o fruto dos teus dízimos ofertados?
És nascida da semente do pai e assim é.
E se careces do assombro!
A vida é sim, eterna! Se primavera é. Se tua á escolha!
Flores colhemos, mesmo que floresça entre espinhos
Mãos feridas sempre teremos,
O beijo de hoje tem o sabor de agora
Pois de ontem não mais sabemos
A vida é estilingue de menino azougue
E a pedra lançada de nosso coração foi retirada
O sonho é partido e em parte somos
O bem nascido, se nasceu esta escondido.
Nasci contigo, do mesmo feto! Nosso umbigo
Ainda não é partido e nossa mãe nos alimenta.
RABE