HONRA MATUTA (dueto trovado)
Zefa manheceu buchuda,
Foi aquele vai-não-vai...
Pergunta a canaiada:
Minino, quem é o pai? __José Augusto de Oliveira
Mas u qui ninguém num sábi,
Cunversa em porta trancada,
É qui a Zefa in si num cábi
Di contente, abestaiáda.
U disgramado cheroso
Si foi mai valeu a pena,
Qui um bendegó tão gostoso,
Nunca intrô lá na çucena! __ Kathleen Lessa
Zé Bacamarte, o pai de Zefa, oferece treis arqueire de mio colhido, uma vaca parida com duas bezerra i um bode pai-de-chiqêro, pra quem truxé us trambei do mardito pindurado numa imbira de côro cru. Quem num tivé a ousadia de tamãia façãia, pelo meno dê o nome e o paradêro do condenado da gôta.
"Mêo povo, iscrevam pra nóis, trovando, dêxem o paradêro dêxe amardiçoado, incrontem o pai do mêo netim" - Genara Bacamarte, uma mãe dismantelada. __ José Augusto de Oliveira
Publicado originariamente no Recanto das Letras em 22/09/2008