DUETO M.B. & AGLAURE
Tu és complexa,
qual uma equação de álgebra.
Minh'alma quase perplexa,
sangra sozinha tênebra.
Sei que falta estrutura,
és frágil como uma rosa,
nesta atual conjuntura,
ficaste até melindrosa.
Bobo quase tolo,
sei que não me entende.
Mesmo com todo adolo,
nunca sei o que pretende.
Acredite não te mereço,
meus defeitos gritam alto.
Em sinal de teu apreço,
me farás absolto?
M.B.
ABSOLVIÇÃO
Colocaste-me como vítima
Viste em mim docilidade
Uma equação complexa
Viste também fragilidade
Como ré eu me senti
Por usurpar teu sentimento
Fazer tua alma sangrar
Invadir teu pensamento
Passo então a promotora
E te acuso sem censura
Digo não enxergar teus defeitos
Que isso é difamação, é calunia
Por fim em juíza me transformo
Bato com força o martelo
É o fim da sentença
Se assim desejas
Eu te absolvo, eu te libero.
Aglaure
Oh nobre promotora,
juíza deste servil,
libertastes minh'alma,
do terribilíssimo covil.
Jamais esquecerei,
sublime libertação,
pelas terras que passarei,
estarás em meu coração.
Não te esqueças alma ardente,
" O sândalo perfuma o machado
que o feriu"
meu coração agora candente,
pela sentença que tu deferiste.
Em Saint-Exupéry tu és a rosa,
em que coloco uma redoma,
Escrevo-te em verso e prosa,
sonhando com teu aroma.
M.B.
LIBERTA-ME
Não esqueça que a sentença
Por mim deliberada
Foi tua alma que pediu
Dizendo estar dilacerada
De vítima, passei a ré,
De ré a promotora,
De promotora a juíza
Sou rosa e me puseste numa redoma
Agora sou eu que imploro
A ti a minha absolvição
Quero estar livre, poder voar
Ser a dona do meu coração
" O sândalo perfuma o machado
que o feriu "
Impregnada estou desse aroma
Assim o meu IMO proferiu
Liberta-me dessa redoma
Aglaure