Violino - Saudações a uma poetisa

O Violino

Para Cássia

O violino

É meu instrumento predileto,

É por ele que dissemino

Todo o meu afeto,

É com ele que afino

As notas da minha existência.

E já escrevo com veemência

Nas partituras da vida.

Não importa se a clave

É de Sol ou de Fá,

Sempre vai ter lugar

Para o que tiver bom som.

Quando estiver incorreto,

Eu corrijo o tom

Dos bemóis e sustenidos da vida,

Que um dia foi bem mais dolorida

Por não estar no compasso correto

Ao tocar a primeira canção,

Transformei meu sonho em realidade

E tornei-me composição

Para minha perplexidade.

ELIZABETH F. DE OLIVEIRA

É no violão que encontro meu perdão

E se a rima é suja eu a retiro e ponho lira

E deste som angelical eu atabaque ecôo a vida

Grito aos céus e conclamo guitarradas

As quero sorteadas e de modo justo. Minha vida é doída!

Apanho cada dia em sons grotescos.

O carnaval nunca é minha memória de graciosidade

E no blues tenho meu samba da cor mulata em que me exprimo

Sou um ritmo distinto quase rouco e pouco lírico

Sínico tambor eu rimo: cor com pendor ao altíssimo

Que nesta vida me fez cínico. Eu o culpo e não desculpo

Meus transtorno regular de falsear o verbo amigo

Ah!... Verbo divino daí me musica e arrimo! Daí me mimo

E ritmo. Daí me violino e o som da primeira canção

Conceda-me coesão de sons e que eu ouça o coração

Que distante vibra minha alma e concede-me oração

Em ritmo e prosa em verso e amplexo!

Sou eu mesmo deus! Seu desperdiçador da musica. Maestro da dislogia

RABE

Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 17/09/2008
Código do texto: T1182987
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