Triste Rio Tejo- José Ribeiro Zito e Maria Thereza Neves
Triste Rio Tejo
(Poema a 4 mãos)
José Ribeiro Zito e Maria Thereza Neves
bate as águas contra as margens
não ondula nem abre sorrisos ao cair do sol
há nevoeiro no fundo dos seus poros
a tristeza cega os peixes esquecidos
as gaivotas não beijam mais a espuma
ou brilham nas asas a cantar a liberdade
hoje ,apático,turvo
caminha na solidão sem esperanças
descolorido,em lágrimas,procura consolo no mar
sente-se um charco de águas esquecidas
a apodedrecer de saudade
dos carros apressados dos namorados
dos olhos apaixonados
Hoje não é mais o de outrora
nele navios carregados de aventuras e perdições
sozinho,fraco,vai morrendo sem destino
sem a lembranças dos heróis,da hístória
dos versos ,das cantigas com tranças azuis
perdeu a musa e a poesia no cais.
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Portugal/Brasil-2/03/06