Voar Sepultado

As minhas asas da liberdade não têm penas

Meus abutres da confinação festejam emplumados

Prisioneiros de minha psique que maneja correntes

Sob obeso repensar prostrado, encarcerados

Tento alçar vôo com minhas asas nuas...

Mas alguma coisa agora sentou-se pra sempre no chão

Só plano nos abutres apoiado

Que descansam onde não quero pousar

Há tanto tempo...

...que posso sorrir se fingir gostar

E sigo sorrindo

Pra quem já não quer comigo bailar pelo ar

Choro sozinho

Dançando embaixo do chão

Enquanto a mão que tentei afagar se torna pilão

Esmagando meu (ilusório) despertar

Procuro vencer paralisia

Procuro tocar maciez

Procuro reviver as sombras do meu (real) adormecer

Às vezes...

...Reivindico gritar aqui dentro

Ordeno meu desterro

Sai cadáver! Encara sua morte segunda

Na primeira lâmina que me corta ao chorar

Mas só encontro o mesmo chão lápide sobre minha cabeça martelo