O Beijo de Gustav Klimt
Tabus tábuas
Maldito e sem patuá... Há esse lugar interdito.
Sabe, um bada, um vacum, um espaço em que nada cabe:
mito esquecido no pé. É um vale onde admito,
cana que me faz morrer, perder-me em meio à savana,
mesa amarela que ilude, na atitude de uma presa,
mal que assombra este garrido, no abrigo do matagal...
Há esse lugar distante, amante da força má,
muitos poentes além, no amém daquilo que fui;
da visão que há adiante, pedante ao dizer que é má.
Tão perdido, tão extenso, no senso já sem razão,
como a planície dos pampas, as rampas que não supomos,
onde o gemido do vento, atento ao que não se esconde,
enlouquece os que vão sós e nós, no fim que amanhece:
cura minh'alma sem pressa... Há essa floresta escura,
brado gemido que aponta, que desponta do cerrado,
dado a quem tem fé morar. E entrar nela é um fado,
pão sem gosto, sem fubá; não há bênção ou perdão,
eira ou beirada que enciste. Inexiste uma clareira
verde qual casa de Conde, onde se possa colher
Sade, Sartre ou Bovuà, a inocência da amizade...
Só Dante a suprir lá e cá, a cumplicidade de amante.
Amargo Nilza Azzi
Uma amiga enviou-me este vídeo. Ele realmente completa o conjunto.
http://www.youtube.com/watch?v=A56vTa4sWIs
********************************************************************************************
Procurando uma ilustração para o poema, depois do dueto, encontrei a tela e pensei, "perfeita". Fui procurar no google para citar devidamente o autor. Achei
um texto a respeito:
http://pghb.blogspot.com/2007/03/o-beijo-gustav-klimt.html
Tabus tábuas
Maldito e sem patuá... Há esse lugar interdito.
Sabe, um bada, um vacum, um espaço em que nada cabe:
mito esquecido no pé. É um vale onde admito,
cana que me faz morrer, perder-me em meio à savana,
mesa amarela que ilude, na atitude de uma presa,
mal que assombra este garrido, no abrigo do matagal...
Há esse lugar distante, amante da força má,
muitos poentes além, no amém daquilo que fui;
da visão que há adiante, pedante ao dizer que é má.
Tão perdido, tão extenso, no senso já sem razão,
como a planície dos pampas, as rampas que não supomos,
onde o gemido do vento, atento ao que não se esconde,
enlouquece os que vão sós e nós, no fim que amanhece:
cura minh'alma sem pressa... Há essa floresta escura,
brado gemido que aponta, que desponta do cerrado,
dado a quem tem fé morar. E entrar nela é um fado,
pão sem gosto, sem fubá; não há bênção ou perdão,
eira ou beirada que enciste. Inexiste uma clareira
verde qual casa de Conde, onde se possa colher
Sade, Sartre ou Bovuà, a inocência da amizade...
Só Dante a suprir lá e cá, a cumplicidade de amante.
Amargo Nilza Azzi
Uma amiga enviou-me este vídeo. Ele realmente completa o conjunto.
http://www.youtube.com/watch?v=A56vTa4sWIs
********************************************************************************************
Procurando uma ilustração para o poema, depois do dueto, encontrei a tela e pensei, "perfeita". Fui procurar no google para citar devidamente o autor. Achei
um texto a respeito:
http://pghb.blogspot.com/2007/03/o-beijo-gustav-klimt.html