Dialética (Dueto: Caroline & Rui Ventura)

sou pedra que chora

sou vidro que estilhaça

meu sorriso canta,

enxugando lágrimas

nos cantos, poças

covas rasas de intenso pranto

mas inda há brilho no olhar...

mesmo que por vezes se apague

nos percalços do meu caminhar

intenso o frio por falta de afago

calor que arrefeça a alma

escrevo, calando grito

como que alimentando gemido

quero colo, quero afeto

mas faço-me discreto

e, friamente,

saio pela tangente

e se precisar, bato o martelo

...

pois mesmo quando sou fraco

faço-me forte

assim eu sou

nada morno, nada pouco

ou tudo ou nada

sou Tese

sou Antítese

e por fim, Síntese

CAROLINE SCHNEIDER

Das pedras o choro seco

Aos Vidros trarei a vida

Ao sorriso farei eco

Às lágrimas a despedida

Às poças água Límpida

Ao Pranto levo o alento

Eterno brilho lhe devolvo

A esse Olhar sempre atento

Ao seu eterno caminhar

Com ternura o frio eu findo

Com Carinho aqueço a Alma

Escrevo, ouvindo o grito

Tirado do fundo d’alma

Com afeto e colo te brindo

Embora sempre discreto

E Ternamente

Jamais te desencanto,

E Assim ao mundo grito

Quero a Musa deste canto

Da fraqueza a força faço

Forte sou, pois

Sou a pedra, sou o afago

E assim com você lado a lado

Nada morno atento e com cuidado

O calor a cola do “vidro”

Que veio para o seu lado

Tornar a vida colorida

Completa e emoldurada