Ambiente escuro, sem luz, túmulo
Ambiente escuro, sem luz, túmulo,
vejo nada ou tudo és um vulto.
Voz longe, pelo corpo um arrepio,
imovel a terra me engoliu.
E me movimentar não consigo,
pressinto, tem alguém comigo.
Não vou gritar nem pedir socorro,
se me escutam, de novo morro.
Quero sair daqui, estou pesado,
enterrado e o corpo gelado.
Paralisado, queria chorar,
me sinto estranho, sem sonhar.
Voz escuto, não consigo entender,
enterrado não posso me mover.
Sem ver, e sei que alguém me dessenterra,
a mão grande uma sombra me carrega.
– Na minha vista passou terra.
Abriu meus olhos, antes imotos,
e ressuscitei dentre os mortos.