TEMPO ATEMPORAL
Quem mata o tempo não é assassino, é suicida.
Millôr Fernandes
Me guardo num quartil da quarta dimensão,
Onde passado, presente e futuro são diacrônicos.
Me lanço na lança lançada pela mão atemporal,
Onde o eterno agora motiva nostalgia e sonhos.
Nem velho, nem menino, nem moço: vivo!
Segundos são realidades irreais do tempo.
Me silencio no silêncio silenciando uróboros,
Onde autofecundo, por vida, em eterno ciclo.
Me sigo nos signos e símbolos do cego devir,
Onde a lemniscata, finita o mistico infinito.
Me mostro nos misteriosos memes mentais,
Onde no varal do tempo dependuro meu ser.
Me guardo no espaço verossímil da evolução,
Onde os insights paridos perambulam sós.
Me reverencio a ti, tempo indene, impassível.
Onde meu corpo e mente, em epitáfio, pereniza.