A menina do mar

É possível ganhar ou perder,

O impossível é ao menos entender...

O que o destino nos reserva,

Às vezes amargoso feito uma erva.

Erva venenosa que, quando ingerida,

Mata lentamente uma paixão contida.

Assim surgiu a menina do mar, na areia,

Veio reluzente a mim, em candeia.

Corpo escultural, bronzeado ao sol,

Olhares cintilantes como um farol.

Do canto do Forte, algo muito forte,

Imenso, profundo, similar a um corte,

Certeiro, impactante ao meu coração,

Caso ao acaso, um amor de verão.

Era linda, inexplicavelmente linda,

Como não desejá-la aquela menina?

De curvas e sorrisos delineados,

Cabelos negros encaracolados...

Procurei palavras não encontradas,

Para lhe dizer, enfim, cantadas...

Beijos e beijos, tão logo o prazer,

Era pra ser eterno o amor, aquele viver...

Apenas o mar imenso assistia a cena,

E bramia suas ondas para o meu dilema.

Então, algo aconteceu logo em seguida:

Uma onda traçoeira atingiu minha alma gêmea perdida,

Foi levada pelas correntezas daquelas águas,

E, naquela praia, chorei minhas magoas.

Havia ali tristeza e toda a minha dor,

Por perder para o mar, meu único amor.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 12/08/2022
Código do texto: T7580616
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