A menina do mar
É possível ganhar ou perder,
O impossível é ao menos entender...
O que o destino nos reserva,
Às vezes amargoso feito uma erva.
Erva venenosa que, quando ingerida,
Mata lentamente uma paixão contida.
Assim surgiu a menina do mar, na areia,
Veio reluzente a mim, em candeia.
Corpo escultural, bronzeado ao sol,
Olhares cintilantes como um farol.
Do canto do Forte, algo muito forte,
Imenso, profundo, similar a um corte,
Certeiro, impactante ao meu coração,
Caso ao acaso, um amor de verão.
Era linda, inexplicavelmente linda,
Como não desejá-la aquela menina?
De curvas e sorrisos delineados,
Cabelos negros encaracolados...
Procurei palavras não encontradas,
Para lhe dizer, enfim, cantadas...
Beijos e beijos, tão logo o prazer,
Era pra ser eterno o amor, aquele viver...
Apenas o mar imenso assistia a cena,
E bramia suas ondas para o meu dilema.
Então, algo aconteceu logo em seguida:
Uma onda traçoeira atingiu minha alma gêmea perdida,
Foi levada pelas correntezas daquelas águas,
E, naquela praia, chorei minhas magoas.
Havia ali tristeza e toda a minha dor,
Por perder para o mar, meu único amor.