PÁGINA ANVERSA

De tardinha, debruço sobre o horizonte,

Para sentir o esvair do sol na cova da noite.

Em minhas costas escancara o fusco luar,

Num meigo iluminar das sombras recolhidas.

Bem sozinho debuxo esboços de minha alma,

Na fruída página anversa do espaço-tempo.

Com minhas trêmulas mãos acaricio a noite,

Nos degredos e segredos da bem-aventurança.

Sigo célere nas veredas que nutrem a vida,

Dou-me um tempo e me postergo em viver

De manhãzinha, debruço sobre o horizonte,

E sinto na fronte o nascer do sol, na luz do dia.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 01/08/2022
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