Olhares (I)

Há olhares feito pérolas negras

Que carregam dores e alegrias

Ao fitá-los, vago no tempo

Imersos em mistérios e encantos

Quando perseguidos pela saudade

Afundam em violentas ondas

Ao chegar o inverno

Quem decifrará os teus versos?

O anoitecer num instante

Formam as mais belas constelações

E o sol de luz profunda

Irradia-os em cetim dourado

Procuro-os para entendê-los

No entanto falho em tentar

Que graça bendita desvendar

esses olhares imersos em sonhar

Nunca se cansam

E cada dia compõe uma canção

Ninguém sabe o segundo ou tempo exato

Em que de súbito brotou tanta inspiração!

Nem Rei ou Rainha das Terras do Sul

Desvendaram o segredo contido

Quem saberá como cresceu

Nesse jardim essas raras flores?

Toda a terra se transforma em neve

Assim que os teus pés projetarem ao solo

Afundariam por tanta maciez

Como algodão carregado pelo vento

As aves decorariam todo o trajeto com flores

Para festejarem a sua doce chegada

O luar banharia as ruas da cidade

Só pra brilhar em teus olhos a felicidade

Aproveita para passear pelas estradas

com esses olhos a sonhar procuram

Em meio a tanta gente, indaga:

Quem terá finitas décadas de ventura?

Que Deus em sua infinita bondade

Conceda que esses versos

Pairam levemente sob esses olhos,

somente para o encontro com os meus:

Um eterno sorrir

Embora se tenha dores

Uma explosão de felicidade

Encantado por tanta doçura!

Que jamais te aflija a cegueira ordinária

E que atento esteja quando esses olhares chegarem!

Eis que atravessarão as fronteiras do tempo

Para que, eternamente neles abrigarem!

Lorena Borba
Enviado por Lorena Borba em 13/03/2021
Reeditado em 13/03/2021
Código do texto: T7206248
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