VISITA MOMENTANEA

VISITA MOMENTÂNEA

Após algum tempo de cochilo, acordo.

O vento percorre hesitante,

entre os breves instantes do dia

que finda e da noite que inicia.

Ainda aberta a janela do quarto,

a brisa que entra, traz apenas algum

vestígio de sol, que não mais ilumina

com a luz natural, o recinto já anoitecido.

Permito, então, que o meu sono

profundo venha depois, e se envolva

com a sensação agradável da brisa,

dispersando-o pelas cercanias dos ares

noturnos. E, enquanto estou desperto,

percebo que a poesia me visita

momentânea; porém, ao contrário

de mim, ela está com sono; e, antes

que se retire para dormir, me doa

o influxo poético; por fim, despede-se,

com acenos e bocejos, e segue com o vento,

ambos somem na escuridão da noite.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 17/03/2020
Reeditado em 11/06/2022
Código do texto: T6889792
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.