F A N T A S I A
Às vezes eu tento ser forte
Não lamento a minha sorte.
Acomodo-me num canto
Para esconder o pranto.
Não choro e nem canto,
Disfarço o espanto.
Não há quem se importe:
Do meu medo da morte.
Eu até finjo que entendo
Tudo que estão dizendo.
Porém, estou blefando,
Se quer estou escutando
Assim o tempo se passa,
Vai-se embora a graça.
O fuzuê enfim se acabou:
Não vi quem foi, quem ficou?
E assim o dia se acaba,
O teto não desaba.
Enfim, todos sobreviveram,
Poucos versos escreveram.
Então, o jeito é esperar
Um outro dia chegar.
Para ver como vai ser:
Se vão ganhar ou perder.
Agora minha gente, vou indo,
Pois, olhem o trem já vem vindo.
Finda aqui minha cantoria,
Talvez eu volte outro dia!
Se caso vier saudade
Estou ali na outra cidade,
Ou no próximo vilarejo:
Vai lá, você me vê e eu te vejo!