F A N T A S I A

Às vezes eu tento ser forte

Não lamento a minha sorte.

Acomodo-me num canto

Para esconder o pranto.

Não choro e nem canto,

Disfarço o espanto.

Não há quem se importe:

Do meu medo da morte.

Eu até finjo que entendo

Tudo que estão dizendo.

Porém, estou blefando,

Se quer estou escutando

Assim o tempo se passa,

Vai-se embora a graça.

O fuzuê enfim se acabou:

Não vi quem foi, quem ficou?

E assim o dia se acaba,

O teto não desaba.

Enfim, todos sobreviveram,

Poucos versos escreveram.

Então, o jeito é esperar

Um outro dia chegar.

Para ver como vai ser:

Se vão ganhar ou perder.

Agora minha gente, vou indo,

Pois, olhem o trem já vem vindo.

Finda aqui minha cantoria,

Talvez eu volte outro dia!

Se caso vier saudade

Estou ali na outra cidade,

Ou no próximo vilarejo:

Vai lá, você me vê e eu te vejo!

Roberto Jun
Enviado por Roberto Jun em 09/03/2020
Código do texto: T6884263
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