AVES DE RAPINA
AVES DE RAPINA
Nasce o novo dia, envolto em fresca aragem,
que o sol a aquece, ao longo das horas lentas.
As aves migratórias fazem de novo a viagem
de volta, aos seus habitats tão longínquos.
Nos íngremes penhascos, as aves de rapina
acordam. Sabem que os filhotes estão famintos,
e elas também. Então, movidas pelo instinto
de sustentação da vida, elas deixam, por alguns
instantes, as fendas nas penhas, e voam,
certas de que, acharão as suas presas,
detendo-as, com a destreza de suas grandes
garras. Se afastam pouco, porque alguns peixes
(que cabem em suas garras), estão logo abaixo
do penhasco, alegres e saltitantes sobre o mar.
E, antes que o sol mais aqueça a manhã, elas
voltam para as fendas nas penhas, com os peixes
presos nas grandes garras. Os filhotes gritam.
Estão famintos. A mesa rústica, com o alimento
fresco, está posta. O tempo muda. O sol
se esconde por trás das nuvens escuras. Uma
chuva repentina cai. Desce de enxurrada,
pelo penhasco escarpado. Bem alimentados,
os filhotes agora estão calmos. Descansam sob
as grandes asas de seus genitores de rapinagem.
Adilson Fontoura