POESIA FLUVIAL
POESIA FLUVIAL
Tento me lembrar quando um dia escrevi,
acerca da paz das horas olhando esse rio;
fascinado pela destreza do colorido colibri
pairando no ar, com a aparência de vazio.
Tento me lembrar, porque imensa saudade
eu sinto, da poesia que emergia tão calma,
das águas do rio, e eu sentia a tensa vontade
de te-la, como um rabisco de poema na alma.
Então eu digo, que a paz das horas continua
a mesma, cada vez que eu vejo um novo rio,
e lembro-me que a poesia não se extenua,
doando-se sobre suas águas. Sinto um calafrio
de saudade, que se renova, olhando a paz
das horas fluindo nas correntezas fluviais.
E a grata lembrança que esse rio me traz,
faz com que eu não o esqueça jamais.
Como lembrá-lo num poema, como agora,
ou num tempo de esperançosa saudade;
da paz, olhando esse rio, a qualquer hora,
e da poesia fluvial, renovando-se em poética realidade.
Adilson Fontoura