NA BEIRA DA FONTE
NA BEIRA DA FONTE
Te espero sereno
na beira da fonte,
perto da hora
do dia que se finda;
te vejo chegar
com um riso alegre
de flor, que perfuma
o ar da tarde.
Olho-te e beijo-te
a boca tão rósea;
o ocaso é cúmplice
do nosso amor;
a fonte nos traz
o frescor de sua água;
ouvimos o canto
mavioso do pássaro.
Te enlaço, amor,
porque agora esfria
na beira da fonte;
no limiar da noite,
a lua cheia exibe
o teu riso de deusa
noturna; o sol lhe
clareia uma das faces.
Por hábito, sempre
voltamos a fonte,
entre o fim de tarde
e o limiar da noite;
e gostamos tanto
de estar em tua beira,
que nela nos achamos
também, quais almas
amantes, em nossas
andanças astrais.
Escritor Adilson Fontoura