SOBREVIVER ETERNO

SOBREVIVER ETERNO

Fora do corpo, ensaio a minha morte,

que nao e minha, mas do corpo que

me abriga, passivel de algumas provas

doridas, envolto em sonhos de as vencer

ao longo de subsequentes encarnaçoes.

Nao sinto o morrer triste nesse ensaio,

pois me alegro na leveza de voos astrais;

a espargir a luz interior pela noite cheia

de gente que teme almas desencarnadas,

mas a qualquer momento pode ser uma

delas, a vagar como um solitario noturno,

vivo num corpo que nao e mais carnal,

sentindo fome, sede, desejo libidinoso,

e nao sabe nutrir-se de energias etereas.

Estou fora do corpo, talvez nao quisesse

voltar ao carcere carnal que me hospeda;

(nem sei se sou um hospede pontual,

que se ocupa em voltar a casa interina

antes dela dar por falta do inquilino,

que apraz-se em voar pelos ares astrais).

O corpo sabe que nao pode me privar

desse habito salutar do ensaio de sua

morte, porque mais dia, menos dia

ela ocorre, para alegria do meu renascer.

Que importa, entao, para a alma,

se a morte levar o corpo fisico que lhe

aloja, se ela tem o corpo fluidico

que lhe e inseparavel, e que lhe

conduz, pelo desenlace, ao alem-

tumulo, ao seu sobreviver eterno?!

Escritor Adilson Fontoura

Adendo: alguns acentos nao estao

postos, porque duas teclas estao

defeituosas.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 19/05/2018
Código do texto: T6340665
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