CARNAVAL

[...] Que importa? Ao menos o teu ser [...]

E eu, vagabundo sem idade,

Contra a moral e os códigos,

Dar-te-ei ente os meus braços prodígios

Um momento de eternidade...

Manuel Bandeira

A Colombina despiu sua máscara

Da vida real pondo a fantasia

Sobre toda a paresia do seu ser

Em primeira instância irrevogável.

Arlequim cheio de júbilo vivo

Sob chuva de confetes e serpentina

Dança ao som de marchas, sobre

Noites esquecidas de qualquer sono.

Porta-bandeira levanta a flâmula

Entre giros e rodopios. Branca

A liberdade em estandarte de poucos dias

Passista, bailarina, cortesã, pierrô sem contravenção

As ruas são tomadas de desfiles abertos

Enfeitados de falsas plumas de Livre-arbítrio.

A alegria queima feito uma fênix em final de carreira

Convertendo-se em cinzas na quarta-feira

Voltando a renascer em nova alegoria somente no próximo

Fevereiro carnavalesco. Seguem onze meses tristes.