POÉTICA LENTIDÃO

Flui de mim a poesia tão lenta,

nessa tarde quente de verão;

flui do calor que a inventa;

queima qual sol do sertão.

Flui da água tão barrenta

do rio, repleta de poluição;

ao longo da orla poeirenta,

já morre a tarde que não venta;

mas venta agora na noite de verão.

Traz o vento, os versos anoitecidos,

com cheiro azedo de maresia;

em meio ao silêncio dos pássaros

recolhidos nas árvores, tão sonolentos,

à espera do novo dia. E a poesia,

agora envolta no aroma mavioso

do vento noturno, apraz-se com

a presença da paz trazida por Deus;

e o poeta sente pelo olfato, o encanto

dos bons sentimentos que os seres

angélicos lhe deramam na consciência,

oriundos dos excelsos céus.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 04/01/2015
Reeditado em 06/10/2017
Código do texto: T5090214
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