Carrasco

Caminha negro: Algoz de meus anelos.

Tua forma come o meu clarão singelo!

Tu rompeste a Lira no torpor marítimo

e nela afunda o que criou meu ritmo!

Oh, Face fúnebre: fenece fosca

entregue às penas e jogada às moscas;

Feridas pútridas teu rastro envolve

mais que a crença que o amor dissolve.

Trazias vida ao glacial enfermo

e a prece ambígua que descansa a ermo

Nas trovas míticas das glândulas mamárias

exumando a fonte das lembranças arbitrárias

E vem como um grifo na dualidade

da terra e do ar, e espreita a maldade

Para torcer o olho maldito das naus

naufragadas nas veias antigas do caos

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 18/05/2014
Reeditado em 16/11/2014
Código do texto: T4811029
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