MEDO

O medo me causa espanto,
Me estende um estranho manto.

Não o medo comum de ser,
Com esse, aprendi a conviver.

É um medo que se levanta,
Me fragmenta, se agiganta,

É um medo que esmaece o traço,
Transforma o tom transparente em baço.

Me deixa sem rumo, sem plexo, sem nexo,
Perdido em mim mesmo, desconexo.

É algo inquietante, impalpável,
É um medo de te perder; incontrolável.


- - - - - - - - - - - -

TENHO MEDO 

Um medo descontrolado,
traz de volta o passado. 

Passado que está na lembrança
envolvido na distância. 

Mas que retorna depressa,
trazendo estranhas promessas.

Promessas nunca cumpridas,
se foram sem despedida. 

Tal como te foste, um dia,
me roubando a alegria. 

Assim é que eu me desfaço,
no medo, pedaço a pedaço.

(HLuna)