PARA SOFREDORES SILENCIOSOS & OUTROS
EM BICOS DE PÉS… DE BARRO
Chelsea, 2 x S. L. e Benfica, 1
Que fatídicos foram os quartos-de-final
P´ra esta equipa do Benfica de Portugal.
Os Blues londrinos conseguiram contornar
Os sonhos encarnados qu’ eram d´encantar.
Pesando, se foi justa ou não, a decisão
Acabou todavia em total desilusão.
Senão vejamos, em matéria controversa,
Como se entende haver fealdade assim diversa?
- Tão ruim foi a arbitragem do esloveno sandeu
Que a nossa honra logo aí ele ofendeu…
- Pontapés e cartões aqui e além se viram
E sempre contra nós os ditos exibiram.
- Derrubes e encontrões, e gestos com defeito,
Fizeram dos atletas uns robots sem jeito.
- Quem pára esta cegueira de juiz balofo,
Quem pára este chorrilho de saber sem ´stofo?
- Não somos, porventura, talibans de léria,
Mas que vá para o inferno esta senil miséria!
E assim se lamentaram sem fazerem tréguas
Aquelas senhoris e mui vaidosas Águias.
Em duas lutas se bateram com dois teames
E no fim só os Blues é que saíram firmes.
Tomara que a lição não caia em saco roto
Pois que a vanglória conduz sempre a ponto morto!
Ai Benfica, Benfica, quem te iludiu?
Quem teu prestígio desde há muito destruiu?
Não enveredes por magias que treslouquem
Há que vestir fato-macaco e não smoking…
Se queres chegar longe, a largos horizontes,
Emala a trouxa e zarpa procurando as fontes.
Atira fora os quixotismos e os fantasmas
E que os banhas-da-cobra deixem de ser traumas.
Com mixordices gastar tempo dá dinheiro?
Pois nada há de mais abjecto e corriqueiro.
Se te surgir na frente algum pigmeu bizarro
Não queiras terçar armas com pés de barro.
Pesa bem frontalmente cada teu revés
E não olvides que não há duas sem três…
Faz destaque, porém, à tua memória ufana:
Nenhum projecto vinga em mesquinhez humana!
Frassino Machado
In RODA VIVA