DIÁLOGOS
Conforme especialistas na área de relações humanas,
um dos maiores desafios continua sendo
superar as barreiras na comunicação
– especialmente saber falar para ser ouvido e entendido.
Na comunicação entre duas ou mais pessoas,
é necessário considerar o conteúdo da fala de um;
o que o ouvinte pensou ter escutado,
e o que quem falou pensa que o outro entendeu
daquilo que ouviu.
Portanto, se faz essencial saber falar e,
saber interpretar o que se ouviu ou leu.
Há três décadas, o telex era uma novidade na área das telecomunicações.
Hoje, pouca gente sabe do que se trata.
Assim, cada pensamento, cada frase que temos,
deve ser motivo de reflexões a fim de cumprir
objetivos benéficos às gerações do futuro.
Isso implica maior responsabilidade
pela liberdade de expressão
Exemplo:
O presente texto será publicado no recanto e,
se tornará uma espécie de domínio público.
A cada dia poderíamos publicar outros,
sobre a questão da comunicação entre pessoas;
entretanto, a questão não é apenas espalhar textos por aí,
mas publicá-los de forma a tornar a sociedade
menos desumana.
No início de 2008, a mídia deu muita ênfase
à questão da legalização da maconha.
Nos posicionamos de forma contrária porque
cada cidadão em nosso país tem o privilégio
de fazer sua opção ou mesmo de se manter neutro.
Até imaginei o possível diálogo com algum usuário da verdinha:
Suponhamos que seja um jovem com seus vinte e poucos anos,
ele poderia dizer:
“meu irmão, em relação a questão da 'legalização da maconha',
você pegou pesado!”.
Faço um gesto de não haver entendido e o suposto interlocutor completa:
“Acho que você se acostumou a ver o problema
apenas pelo seu lado.
Inclusive penso que você constróe
seus argumentos em cima de uma base irrealista e ilusória
em relação à realidade dos usuários
e acerca do consumo da maconha
– assim sendo, vamos fazer uma viagem
em cima de um baseado legal?
Pode ser que conhecendo melhor a erva,
você não mais combata o que não conhece”.
Continuo com o semblante de quem não entendeu nada
e ele continua:
“podes crer amizade, nunca ouvi falar
que alguém morreu pelo uso exclusivo da verdinha”.
Alego que a “hemp” é uma droga ilegal,
dando os primeiros sinais de haver entendido
aonde o possível interlocutor deseja chegar.
Ele continua com sua falácia:
“a maconha não é letal e possui apenas
umas 100 substâncias tóxicas,
enquanto o cigarro possui 4500”.
Corrijo que o cigarro possui quase cinco mil substâncias tóxicas, conforme alguns especialistas.
A essa altura, aquele interlocutor parece
menos alucinado porque pareço fraquejar,
e ele continua sua argumentação:
“não falei que você pegou pesado?
A verdinha é bem legal”.
Fazendo um ar de deboche em relação às minhas colocações contrárias a verdinha, ele dispara:
“eu mesmo, fumo maconha todos os dias,
sem precisar comprar de traficantes!”.
Meu semblante assume um ar de surpresa;
enquanto ele completa sua argumentação:
“não consumo álcool, nem fumo cigarro,
porque apesar de serem drogas lícitas,
destroem mais lares do que a verdinha”.
Entendemos que, entre um ato terrorista que ceifa
inúmeras vidas e a possibilidade de um assalto,
a segunda opção parece melhor porque,
sendo um perigo previsível é mais fácil sua defesa;
entretanto,
ambos são igualmente nocivos à sociedade.
Ainda que a maconha possuísse
apenas 10 substâncias tóxicas ao invés de cem,
eu jamais lutaria pela sua legalização,
porque não é algo essencial como o ar que respiramos.
Quando me posiciono contrário à legalização,
exerço o mesmo direito, amparado pela liberdade de expressão,
de quem é favorável a legalização.
Tanto em relação à luta pela legalização da maconha,
quanto em relação a outras questões correntes,
a verdade jamais deverá ser vinculada a personalidades do meio político ou de destaque na sociedade
– a verdade está acima de interesses individuais.
Como alguém já falou:
“a verdade será sempre verdade,
por mais forte que pareça uma mentira”.
A Constituição brasileira assegura
que todos são iguais perante a lei, independente de
sexo,
raça,
cor da pele,
status social ou
opção religiosa.
Portanto, não se deve achar que a nossa opção contrária
ou favorável às questões como a legalização da maconha,
deva necessariamente está vinculada aos figurões de destaque nacional ou mundial.
Qualquer avaliação mais cautelosa nos mostra que
muitas vezes, a elite social tem sido responsável
por mil e umas barbaridades.
Apenas para citar algumas:
o nazismo,
a invasão do Iraque em busca de armas químicas,
o apartheid na África do Sul,
a guerra do Vietnã, etc
– tiveram início graças ao apoio de pessoas,
cuja participação social era aparentemente essencial
a sua comunidade.
Certamente, eu teria milhares de “argumentos cientificamente fundamentados para repelir as idéias frágeis”
de quem defende a legalização, “fora os argumentos
morais e éticos”,
étnicos,
religiosos,
esportivos,
racionais,
intelectuais
e assim por diante.
“Eu poderia discorrer incansavelmente
até provar que o meu intelecto”
despoluído “pela maconha é muito maior”
que o de quem seja favorável a essa causa.
Talvez um dos maiores problemas no terceiro milênio
continue sendo a síndrome do piolho
– o andar pela “cabeça de outros”,
o “maria vai com as outras”.
Quem é adepto dessa síndrome,
pensa logo em termos de colunismo
(ou seria calunismo?) social: o que pensa
o prefeito,
o governador,
o presidente da república, etc
– se eles pensam, logo eu existo (?!)
Penso que não é necessário um médico
contrair a enfermidade para tratar seus pacientes.
O que seria de nós,
se ao invés de fazer uso da inteligência que DEUS concede, evitássemos nos posicionar diante da vida
porque as vezes somos obrigados
a colocar em prática aquilo que sabemos apenas em teoria
– conhecimentos sem uma experiência real.
Entendo que Platão, Sócrates, Aristóteles e inúmeros outros
foram pedantes,
se considero que eles se exprimiram
através de conhecimentos que não possuíam.
Convém lembrar que muitos foram rejeitados
ou considerados como loucos
por arriscarem pensar além do seu tempo.
Em todas as épocas,
os que contribuíram com o progresso
partiram de pressupostos até então irreais
- mas, graças a DEUS que as utopias são benéficas
ao passo que o "relax" da "verdinha",
nada mais é que um passatempo
de quem não assume uma atitude de coragem
diante da vida e busca a verdadeira liberdade
de quem não necessita "viajar".
Afirmo desconhecer algum dependente
da maconha que contribua de forma clara e direta,
com o desenvolvimento da nação;
porque, ao contrário de uma opinião
“simplista, unilateral e pedante”,
considerei (ainda) os prejuízos causados
aos parentes privados do pão diário
ou medicamento essencial,
pela irresponsabilidade de dependentes
que subtraíram da economia doméstica
o que necessitavam
para financiar suas viagens egoístas.
Enquanto milhares agonizam nas filas da previdência,
muito tem sido gasto na desintoxicação
de filhinhos de papai ou filhos da pobreza iludidos
numa viagem só de ida.
Meu mundo “parece muito pequeno”,
e não “fumo maconha”
porque a luta por justiça social
independe de viagens alucinógenas.
O álcool e o fumo são drogas lícitas porque,
antigamente ainda não havia definição irrefutável
sobre suas conseqüências prejudiciais.
Se o álcool e o fumo “destroem mais lares que a maconha”,
porque acrescentá-la à relação de drogas lícitas?
Será que o futuro do nosso país está nas mãos
apenas de jovens com vinte e poucos anos;
de pessoas graduadas em universidades conceituadas;
de estafetas que ganham uma cifra superior
a milhares que pagam os impostos
de onde procede tal vencimento?
O futuro do Brasil está apenas na honestidade de alguns,
no trabalho de outros,
na inteligência ou relevância de uns em relação
a quem está na plebe?
Se fosse apenas isso,
o Brasil não estaria mergulhado no terrível mar de lama
que deixa de ser visto por quem poderia fazer alguma coisa
e, está do outro lado de uma cortina de fumaça
produzida pela verdinha que o anestesia!!!