Quero acreditar
Quero acreditar em um amor que resiste ao tempo,
Ao badalar incontrolável das horas.
Este amor materializado em um casal de idosos que continua a andar de mãos dadas.
Silenciosos, tudo sabem a respeito um do outro,
Mas nem por isto se tornaram mutuamente desinteressantes...
Apenas se mesclaram em um só
E sabem que, naquela mão que seguram com tanta força,
Está uma das grandes razões de suas vidas.
Quero acreditar neste amor que fadigava os poetas
E os arrastava às janelas após noites febris,
Munidos de folhas e penas para desmistificarem através das palavras
Todo amor que de tão contido já lhes feria o peito.
Quero acreditar sem que me obriguem, sem que precisem me provar.
Vou acreditar quando Seus artifícios pueris vierem me entreter,
Para que só eu Nele acredite e O possa sentir.