TERCEIRO MANDATO PARA O LULA: CONTINUISMO OU GOLPE?

Diante da impossibilidade de fazer o sucessor de Lula, a cúpula do PT maquiavelicamente fomenta nos bastidores a tese mais que fraudulenta do terceiro mandato. Dimas

O cenário mundial elegeu o Brasil como objeto de foco prioritário, e motivos que justifiquem tamanha atenção não faltam: a) por ser dono da maior floresta do planeta, b) por ser proprietário da maior reserva de água-doce do planeta e, c) por possuir a maior biodiversidade de plantas e animais jamais encontrados em nenhuma parte da Terra. É por esses e outros motivos ---seja ecológico, de sobrevivência ou econômico ---, que o Brasil, quase que naturalmente, deve fazer valer sua importância na cena e no contexto econômico mundial.

É de um país com tamanha dimensão estratégica econômica para a economia do planeta que estamos tentando abordar a importância capital que se impõe àquele que terá em suas mãos o privilegio e a responsabilidade de gerir os destinos de milhões de patrícios, como também, a árdua missão de fazer valer a voz e a vez de um país como o Brasil que deveria ter ciência do seu papel e importância no palco das tomadas de decisões no tocante às relações comerciais e produção em um planeta cuja economia aponta clara e definitivamente para uma prática globalizante.

Líder natura na America Latina, o Brasil assume cada vez mais o papel de notada relevância em relação aos países vizinhos, seja pela sua dimensão territorial, seja pelo seu parque industrial, seja pelo tamanho da sua economia, o fato é que, nosso país dia-a-dia se porta e se impõe como porta-voz dos demais países latino americanos. É nesta dimensão histórico-econômico mundial que o Brasil se insere, e como tal não pode se furtar diante tamanha responsabilidade

O questionamento imperioso que se faz neste momento é: a quem interessa carrear para o Lula o terceiro mandato? Que forças protagonizam em surdina tais idéias? E, ate que ponto a negativa ou “resistência” do Lula em aceitar a proposta do terceiro mandato é ou não pura e simples estratégia? Quando o Lula se presta a ser porta-voz de que ele não é favorável a idéia da disputa a presidência do Brasil pela terceira vez, acaba por produzir ecos de possibilidades do SIM, assim procedendo, atinge o inconsciente coletivo do eleitorado, produzindo o efeito oposto, isto é: quando diz NÃO reiteradas vezes, acaba por divulgar --- nas entrelinhas ---, que no fundo deseja o SIM, disputar pela terceira vez.

Seguimentos outros há do eleitorado brasileiro que, vêem na possibilidade do terceiro mandato, uma expressão clara e dissimuladamente assumida da manutenção e conservação das regalias e privilégios para com partidários, amigos e toda a cúpula do PT nas mais variadas versões; uma oportunidade de governança onde o continuísmo seja a tônica, um continuísmo onde salvo raríssimas exceções se prestaria tão somente para a satisfação e anseios pessoais e individuais.

Advogamos à inconsistência de tal ideário, entendemos e somos partidários de que a permanência continuada no poder gera aleijões e vícios tendenciosos de comportamento que comprometem danosamente o espírito ético do administrador ou ocupante de cargos públicos, vislumbramos nessa idéia, uma tentativa golpista, um “golpe brando”, suavizado pelos elevados índices de aceitação, pelo bom desempenho econômico, da indústria etc. No entanto, vemos que, mudar as regras do jogo em pleno desenrolar do processo, não é atitude ou postura elogiável, menos ainda, traduz por si só uma atitude de profundo desrespeito às leis, ao ordenamento jurídico, à sociedade, ao povo, à democracia.

Terceiro mandato como o PT quer, É GOLPE.

Dimas: Professor, Pesquisador, Pedagogo, Especialista e Mestrando em Educação.

Dimas Cassimiro
Enviado por Dimas Cassimiro em 15/05/2008
Código do texto: T991154