Casamento Gay ( por Fabrício Vizzini )

O texto transcrito abaixo é de autoria de meu irmão, formado em Dramaturgia pela USP e especialização em Sociologia Jurídica. Publiquei esse texto com a permissão de meu irmão, não há quebra de direitos autorais e está aí para mera reflexão. Aos que se interessam pela importância do assunto, deixe seu comentário. Todo esforço é válido. Grato.

Enrico Vizzini

"Sim

As três letras acima dividem o Brasil. E impedem que 6 milhões de gays tenham acesso aos mesmos direitos que o restante da população. Se todos somos iguais perante a lei, está certo alguns brasileiros terem mais benefícios que outros?

[Em primeiro lugar, não existe essa expressão "casamento" gay pois todo casamento implica na união em torno de um casal, isto é, homem e mulher; daí a derivação da palavra casamento. Isso per si, já anula o objeto da pergunta acima. Em segundo lugar, é errônea a afirmação de que os virtuais "6 milhões" estejam sendo marginalizados e não gozem dos mesmos direitos dos outros 144 milhões, porque tanto esses como aqueles são brasileiros e cidadãos no que tange à totalidade dos seus deveres e também direitos, de acordo com a Constituição. Isso não significa que agora um comportamento mereça ter amparo legal. Nenhum comportamento tem ou deve ter amparo legal. Ora, o bêbado enquanto se comporta como bêbado não tem direito ao seu salário, e sim enquanto trabalhador. Não teria sentido que a embriaguez fosse considerada um direito a fim de ser criada uma CLB, ou seja, uma Consolidação das Leis dos Bêbados. Portanto, analogicamente, o comportamento homossexual não pode compreender a ereção de uma casta privilegiada. Do contrário, estaríamos inventando uma nova modalidade no direito: o Direito "Comportamental". Se discriminamos hoje os homossexuais e também os bêbados e os bandidos, estaríamos incorrendo em "injustiça" por não aceitarmos que cada um de seus comportamentos mereça um "direito". Isso representaria na prática a própria demolição do Direito e a concessão de um privilégio absurdo a um comportamento em contraposição ao resto da sociedade. ]

Até 1977, casar no Brasil era aventura para sempre. Pode parecer estranho para quem não viveu aqueles tempos, e mais estranho ainda para quem os viveu, mas naquela época a lei proibia o divórcio. E, quando finalmente o governo autorizou a separação de casais, instituiu que cada cidadão poderia fazê-lo uma única vez na vida. Na sessão que aprovou o divórcio, um parlamentar disse que o país criava uma "fábrica de menores abandonadas". [Mentira. A lei brasileira nunca "proibiu" o divórcio. Proibir o divórcio é bem diferente que "não contemplar" a hipótese de divórcio na legislação. O divórcio, na prática, sempre existiu no Brasil, nunca houve tal proibição nem sanção a divorciados, não necessitando que a prática clandestina do divórcio merecesse ser oficializada pela lei. É o mesmo que o suicídio. O suicídio nunca foi proibido por lei nem nunca mereceu sanção alguma. O raciocínio em questão responde pela pretensão de tornar o clandestino, público e oficial, ou seja, todo aquele costume que ocorre clandestinamente mereceria ser oficializado... Então o suicídio mereceria ser contemplado por lei, e os suicidas reivindicarem seus "direitos". Já pensou onde iríamos parar?] O deputado Nélson Carneiro, espécie de paladino da causa, batalhou duas décadas para emplacar seu projeto de legalização. Nesse tempo, foi tratado como qualquer coisa entre o herói libertário e o anticristo que enfrentava católicos e desprezava crianças. Hoje, para muita gente essa passagem parece um episódio folclórico dos tempos em que o Brasil era um país tacanho e conservador. [A conservação, e a qualidade portanto de ser "conservador", é algo tão natural que é parte inseparável de nossa personalidade, ou seja, nosso instinto de conservação. Logo, não há nada mais ofensivo ao nosso instinto de conservação do que desprezar a unidade familiar sob estes ridículos epítetos de "Brasil tacanho"; "folclórico" etc. para dar não somente aval como também apoio aos divórcios e ao homossexualismo, por exemplo. Há necessidade de extrema desonestidade para não reconhecer que a oficialização de comportamentos contrários à unidade familiar afetam a sociedade em toda sua base e que, conseqüentemente, tenhamos que arcar com seus efeitos.] Mas há quase três décadas a legalização do divórcio despertava emoções e debates tão fortes quanto a idéia de permitir, em 2004, que duas pessoas do mesmo sexo tenham permissão para se casar. Para os críticos, trata-se de uma ameaça à família, à sociedade e às crianças que serão educadas por esses casais. Para os defensores, estamos diante de uma questão de escolha individual e direitos iguais. Legalizar o casamento gay significa que o governo brasileiro está reconhecendo que naquele ato não existe nada de errado. Pelo contrário: que o casal está plenamente apto a formar uma família - provavelmente a mais fundamental de todas as instituições da sociedade, onde futuros cidadãos recebem carinho, aprendem valores morais e noções de certo e errado. [Mais uma vez o uso de vocábulos fora de seu contexto, como a palavra "casal" sendo inapropriadamente endereçada a um par de pessoas do mesmo sexo. Que o homossexualismo é um atentado à família, é tão evidente que a família sequer existiria a depender do comportamento homossexual. Até mesmo o Dr. Sigmund Freud reconhecia no homossexualismo uma perversão sexual, ou seja, um desvio do fim para o qual converge originalmente a sexualidade: a perpetuação da espécie. O homossexualismo, é neste sentido, uma manifestação de egoísmo sexual; um culto ao "eu", mas um culto também à auto-destruição, desligado de seu compromisso de viver em paz consigo mesmo e com os outros. A própria palavra “sexo” do latim secare, significa divisão: entre homem e mulher. Portanto, sexos só existem dois. O “homossexual”, mais um vocábulo construído, na realidade seria um antisexual.]

Desde 1996, o Congresso tem entre seus projetos uma proposta que autoriza a parceria civil entre homossexuais no Brasil. Por parceria civil, entenda algo muito próximo de casamento. Se fosse aprovada no ano em que foi proposta, o Brasil estaria na vanguarda dos direitos homossexuais. Hoje não é mais assim: desde 2001, na Holanda, os direitos de casamento valem para

todos os cidadãos - as palavras homo e heterossexual nem são citadas pela lei. É impossível saber quantos casamentos gays aconteceram no país: os registros não dão conta se os noivos eram do mesmo sexo, assim como desconhecem se eram negros, judeus ou canhotos. Na Bélgica, Canadá e no estado americano de Massachusetts, a situação é semelhante. França,

escandinavos e Buenos Aires, entre outros, já autorizam a união civil entre gays. [A imprensa cada vez menos comprometida com a informação, com os chamados "valores democráticos" a que se declarava representar, está cada vez mais atrelada a grupos de interesse, lobbies, e fazendo campanha ostensiva em torno desses interesses. A comparação à Holanda chega a ser digna de desprezo, por se tratar de um país onde médicos recebem treinamento formal na faculdade de “como” praticar a eutanásia[1]. É uma tentativa também de acender no brasileiro aquele típico complexo de inferioridade terceiro-mundista, como se as sociedades de bem-estar fossem verdadeiros paraísos na Terra. Quer dizer, porque o vizinho é mais rico e tem um mau costume, temos que copiar o costume do vizinho!]

Do lado oposto está a maioria dos países árabes, que condenam à prisão quem transar com alguém do mesmo sexo. Ou o Zimbábue, cujo ditador Robert Mugabe enxerga gays como "subanimais" e "sem direitos". Na última década, o planeta lentamente começou a se polarizar entre nações que garantem direitos aos gays e as que não os reconhecem como cidadãos. É nesse quadro que o Brasil vai ter de se posicionar. [Há uma técnica de redação bem colocada aqui, quase uma mensagem subliminar. O repórter amestrado em questão apresenta no parágrafo anterior uma tese: "na Holanda, os direitos de casamento valem para todos os cidadãos". No parágrafo seguinte, apresenta a antítese: "cujo ditador Robert Mugabe enxerga gays como "subanimais" e "sem direitos"", propondo uma síntese: "É nesse quadro que o Brasil vai ter de se posicionar". Trata-se de pura dialética hegeliana colocada em prática através de técnica redacional. O repórter propõe uma síntese, ou seja, que não seja nem como a Holanda nem como o Zimbábue, mas que o Brasil ceda, que o Brasil conceda privilégios aos gays sob esta fachada de "direitos". E novamente exponho que não há cabimento em conceder direitos ou privilégios a comportamentos e como é falaciosa essa idéia de haver uma classificação entre gays e não-gays. ]

Procurar um lugar para a minoria homossexual dentro da sociedade não é um problema recente. Aristófanes, um dos discursantes no Symposium, de Platão, contava que a raça humana foi criada com três gêneros: os duplamente machos,

os duplamente fêmeas e os que eram macho e fêmea ao mesmo tempo. Cada um deles com quatro pernas e quatro braços. Como toda boa mitologia, em algum momento as criaturas erraram e foram punidas pelos deuses, que as separam em duas partes. Desde então, estamos todos procurando nossa outra metade. Com uns 3 mil anos de antecedência, Aristófanes concebeu uma parábola para o amor nos tempos modernos, contemplando o relacionamento não só entre homens e mulheres, mas também entre homens e homens e mulheres e mulheres. Mais ainda, ofereceu uma explicação idílica e romântica para o desejo de nos aventurarmos na mais radical das declarações de amor: viver junto, e de preferência para sempre, com outra pessoa. [Em primeiro lugar, não existe "raça humana". Existe sim espécie humana. O homem é uma espécie e não uma raça. As raças compreendem subdivisões da espécie humana. Se Aristófanes, como comediante grego que foi, declarou isso, Aristóteles, como excelso filósofo, declarou que “não é possível ser feliz quando não se faz o bem, e o bem nunca é possível tanto para um homem quanto para o Estado, sem a virtude e a razão”. Trata-se de um simples sofisma que engloba duas proposições: 1) enfeitar um argumento citando uma eminente personalidade da Antigüidade clássica; 2) valer-se de uma técnica de propaganda, tal qual assistimos na TV, associando o homossexualismo a imagens positivas, assim como o comércio faz com propaganda de seus produtos apelando às celebridades. Quem é pouco inteligente e compra um produto apenas pela embalagem, cai facilmente. Quem procura ver o conteúdo do produto, percebe que está sendo enganado.]

A LEI

Se você entende casamento como a união de dois pombinhos que dormem na mesma cama todas as noites [Depois dos argumentos pseudo-racionais, vêm os argumentos emocionais, mas vamos procurar racionalizar...], se amam [Eles não se amam. Eles empreendem uma troca sexual que na prática traduz um egoísmo recíproco, cada qual visando o prazer carnal. E não há amor quando há consciência de que se pratica um mal a outra pessoa, mas exatamente o contrário: egoísmo.], dividem as contas,.são fiéis [Mentira. A fidelidade é exceção e a infidelidade é regra entre os gays. Segundo estudo conduzido pelo psiquiatra norte-americano Dr. Jeffrey Satinover, “relacionamentos do mesmo sexo parecem ser atormentados com instabilidade e infidelidade. Um estudo conduzido por dois homossexuais concluiu que fora dos 156 parceiros do mesmo sexo apenas sete tinham mantido fidelidade sexual; das centenas de parceiros que tinham ficado juntos por mais do que cinco anos, nenhum foi apto a manter a fidelidade sexual. Os autores notaram que a expectativa pela atividade sexual exterior foi a regra para parceiros machos e a exceção para heterossexuais. Além disso, um estudo descobriu que 43 por cento dos machos homossexuais estimaram ter feito sexo com quinhentos ou mais diferentes parceiros e 28 por cento com mil ou mais diferentes parceiros. Setenta e nove por cento destes exigiram que mais ou menos metade dos parceiros fossem estranhos”[2].], moram sob o mesmo teto, brigam com certa regularidade para depois fazerem as pazes [A sodomia em si já é uma forma de violência. Segundo o Dr. James DeMeo, PH. D., Diretor do Laboratório de Pesquisas Biofísicas de Oregon: “Particularmente, o sarcoma de Kaposi foi identificado como resultante da exposição ao nitrito, mesmo antes da era da AIDS e foi especificamente ligado ao uso demasiado dos "poppers" - esta droga em particular é um dilatador do esfíncter, permitindo ao indivíduo tolerar a inserção do pênis ou mesmo o punho de outro homem no ânus (técnicas de punho). Estas vigorosas agressões aos homossexuais passivo-receptivos se correlacionam com o esgaçamento dos tecidos retais, mesmo fístulas, tudo levando à destruição das barreiras de proteção contra infecções”[3].], então casamento gay já existe [A mentira também já existe...]. Homossexuais têm relacionamentos estáveis idênticos aos dos heterossexuais. [Mentira, conforme explicitado acima] E continuarão tendo, queira sua vontade ou não. [Os ladrões e os mentirosos também vão continuar atuando, goste eu ou não...] Portanto, o assunto desta reportagem não é discutir se duas pessoas do mesmo sexo têm o direito de viver juntas [O Estado nunca negou tal direito], mas se o Estado deve reconhecer tal relacionamento da mesma maneira como faz com um homem e uma mulher. [Isso é um absurdo porque é evidente em si mesmo que dois homens ou duas mulheres não produzem um relacionamento fértil e próspero, mas estéril e destrutivo] Mesmo porque, ao pé da letra, não há nada na Constituição brasileira que proíba a união gay.

O artigo 226, que define regras para o casamento, em nenhum momento diz tratar-se de uma exclusividade para os sexos opostos. A maioria dos juristas enxerga no silêncio da principal legislação brasileira uma proibição à combinação homem com homem, mulher com mulher e uma certidão de casamento. Trata-se de uma questão de interpretação: foi aproveitando uma brecha parecida que ativistas holandeses conseguiram fazer a Suprema Corte do país afirmar que a união entre gays era legal - e assim celebrou-se o primeiro casamento gay plenamente reconhecido dos tempos modernos, dia 9 de abril de 2001, em Amsterdã. [Provavelmente porque sabiam de antemão que tal absurdo jamais poderia ser cogitado, dispensando tal formalidade. Por exemplo: não há nada por escrito em nossa legislação dizendo que não podemos cometer homicídios. Há simplesmente uma pena para o crime. O homicídio, portanto, é livre, mas quem o praticar será punido. A proibição é implícita e tão implícita quanto a natureza do casamento ser, via de regra, entre homem e mulher. Até porque, como já frisado anteriormente, não existe tal "casamento" gay.]

No Brasil, o Congresso ainda tenta aprovar a lei autorizando que pessoas do mesmo sexo tenham acesso ao dispositivo legal batizado de parceria civil, que garante seu reconhecimento como casal. Não é um casamento, porque não dá aos parceiros as mesmas garantias que os casados têm, como permissão para adotar crianças. Não é também uma equiparação plena de direitos porque, se fosse, o casamento homossexual se chamaria casamento, e não parceria civil. Passeando pela pauta há oito anos, a proposta sequer entrou em votação - se entrasse, provavelmente receberia o "não" dos congressistas. "É um projeto

emblemático dos direitos homossexuais, e por isso enfrenta resistência maior. Vai ser difícil aprová-lo", diz a senadora Ideli Salvatti, presidente da Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual, formada por deputados e senadores. "Nenhum legislador vai desagradar seu eleitorado. O caminho para a aprovação do casamento é o Judiciário, que não pode manter uma

desigualdade", afirma a desembargadora Maria Berenice Dias, especialista em direitos homossexuais. [Como já afirmado, casamento implica em relação homem e mulher dada a intercomplementaridade da relação. Além disso, não tem cabimento conferir privilégios a um comportamento.]

Se for autorizada, a parceria civil representará uma conquista gay sem precedentes no Brasil. [Sim, e uma derrota para a sociedade] Ainda assim, entrará em vigor já obsoleta [Que coisa! Ela já caiu em desuso?] - é considerada demasiadamente preocupada com bens e patrimônio. [A preocupação de uma lei deve ser primariamente moral e só depois patrimonial.] Na França, que tem a legislação familiar considerada por especialistas como a mais liberal no mundo, o Pacto Civil de Solidariedade, como é conhecido, estipula que duas pessoas maiores de idade - de qualquer sexo - podem constituir família e regular por completo o regime de direitos e deveres entre elas. "Tudo que diz respeito ao casal, inclusive a fidelidade sexual, pode ser definido nesse documento" [Daqui a pouco estará estabelecida a poligamia na França... O crescimento da comunidade muçulmana no país tende a inaugurar esta realidade.], afirma o juiz federal Roger Raupp Rios, autor de um doutorado sobre discriminação. "Até o início do século 20 existia um conceito rígido de família: homem, mulher e criança. Hoje não é mais assim. Pessoas vivem juntas, e a lei precisa estar aberta para novas formas de casamento". [A implosão de deturpação de vocábulos é parte da estratégia de uma degradação dos costumes travestida como “progressismo”. Uma lei é feita para durar e não para ser mudada como se troca de roupa. Geralmente isso ocorre quando uma sociedade começa a entrar em decomposição, pois as acentuadas mudanças legislativas são a imagem de uma sociedade desorientada; que não sabe o que quer.]

Mesmo sem amparo legal, homossexuais vêm conseguindo na Justiça a equiparação de seus relacionamentos com os de heterossexuais. E não é raro terem benefícios idênticos ao casamento - o caso da esposa de Cássia Eller [Realmente um grande exemplo para o país...], que conseguiu a guarda do filho da parceira morta, é um exemplo. Mas vitórias na Justiça não podem ser confundidas com direitos iguais. É impossível dizer que alguém obrigado a contratar um advogado e enfrentar os tribunais para ter acesso a uma herança, por exemplo, tenha os mesmos direitos de quem recebe o dinheiro automaticamente. Um exemplo: os Supremos Tribunais de Justiça e Federal devem decidir em breve se um homem que viveu 47 anos com um parceiro recém-falecido tem direito a herdar seus bens. A pedido da Super, especialistas prepararam uma lista com diferenças entre um casal heterossexual e um casal gay que mantenha relação estável. Chegaram a pelo menos 37 direitos que o país nega para aqueles que têm duas escovas de dentes azuis - ou duas rosas - no banheiro de casa. O casamento certamente encabeça a lista das desigualdades. Mas há outras. Em caso de emergência, um gay não pode autorizar que seu marido ou esposa seja submetido a uma cirurgia de risco. Aos casais homossexuais também é vetado fazer declaração do Imposto de Renda em conjunto, e deduzir dela gastos com dependentes. Ou seja, no Brasil um casal gay paga, em tese, mais impostos que seu equivalente heterossexual. Pior: recebe menos benefícios, pois, entre outros, eles raramente conseguem incluir o parceiro no plano de saúde. Todas essas desigualdades poderiam ser eliminadas com a legalização do casamento. [Como já afirmado pela centésima vez: casamento implica em relação homem e mulher dada a intercomplementaridade da relação. Além disso, não tem cabimento conferir privilégios a um comportamento.]

Se o Estado faz diferença entre pessoas por causa da orientação sexual, como devemos entender o princípio, expresso na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de que todos somos iguais perante a lei? "A Constituição é soberana para aplicar o princípio da igualdade da maneira que quiser", diz o jurista Ives Gandra Martins, da Universidade Mackenzie. "Existem inúmeras exceções ao princípio da igualdade. A proibição do casamento entre gays é só um exemplo. Da mesma maneira, existem atividades econômicas que pagam mais impostos que outras." [Vejam que cara de pau! Citar Ives Gandra Martins, grande opositor da parceria gay, no contexto de uma pretensa “igualdade” entre um comportamento natural e outro antinatural.]

No final das contas, o debate sobre casamento gay é um confronto entre cidadania e valores morais. [Que reducionismo... Não estão em jogo apenas valores morais, mas há que considerar também argumentos culturais, biológicos, psiquiátricos, médicos, históricos, jurídicos etc. etc. etc.] De um lado, pessoas que pagam impostos e, portanto, exigem ter os mesmos direitos que o restante da população. [Eu também pago imposto e também tenho meus direitos, entre os quais o de não sofrer “ultraje público ao pudor” e tampouco sou desonesto e egoísta a ponto de lutar para ter privilégios por questões comportamentais. Não é porque eu torço para um determinado time, que irei lutar por isenção de impostos para aqueles que compartilham de minha preferência clubística...] Do outro, aqueles para quem esse direito é uma afronta à sociedade em que preferem viver. Aqui, e em boa parte do mundo, a vontade anticasamento da maioria prevalece sobre os direitos da minoria. [Ao contrário, “anticasamento” é a própria conduta homossexual, biologicamente estéril e desagregadora.] E isso é perigoso. "Tirar o direito da minoria é tirar o direito de todos. Ou a lei vale para todos ou ela não vale nada", diz o filósofo Roberto Romano, professor de Ética e Política da Unicamp. [Provavelmente mais uma citação fora de contexto, a exemplo daquela de Ives Gandra...]

A MORAL

Ao se deparar com esse tipo de reflexão, grande parte das pessoas alega valores morais para se posicionar contra o casamento gay. Em fevereiro, quando propôs um remendo na Constituição americana proibindo que homossexuais casassem, o presidente George W. Bush disse que agia para proteger "a instituição mais fundamental da civilização". O comentarista Charles Krauthammer escreveu na revista Time que a maioria dos americanos considerava gays "moral e psicologicamente repugnantes e não merecedores de aprovação social". Nos Estados Unidos, a concordância com o casamento gay oscila pouco abaixo dos 50%. Na União Européia chega a 57%, mas fica abaixo da maioria em países como Itália e Reino Unido. Na ausência de pesquisas específicas no Brasil, outros levantamentos de opinião tornam difícil acreditar que sejamos favoráveis ao reconhecimento da parceria entre pessoas do mesmo sexo. Em 1998, 60% dos entrevistados afirmaram ao Ibope que não contratariam um homossexual. No início deste ano, uma pesquisa da Unesco mostrou que 25% dos estudantes não gostariam de ter um colega de sala homossexual. [Tudo isso revela que apesar da lavagem cerebral empreendida pela mídia, as pessoas ainda têm certo juízo.]

Para entender quais são os valores morais que fundamentam tal rejeição, é preciso olhar para a mais comum de suas origens: a religião. [Não senhor. É possível fundamentar esses valores mesmo sem a religião, a partir da razão. Toda sociedade só se sustenta em valores, pois quando a sociedade perde esta base de sustentação, ela se desagrega e a própria organização que a representa, o Estado, não tem mais o seu sentido de ser. Dizia Aristóteles que: "Uma cidade é como uma associação, e [que] qualquer associação é formada tendo em vista algum bem; pois o homem luta apenas pelo que ele considera um bem. As sociedades, todas elas, portanto, propõem-se algum lucro”. Como se observa, a política, como uma atividade onde a sociedade expressa seus valores em sentido formal e organizacional, inclina-se sempre a um fim: o bem comum. Isto é verdade, pois nós, como membros isolados desta sociedade, procuramos aquilo que é bom para nós. A preservação vida: vida física individual e, em âmbito maior, da vida em sociedade constitui-se, portanto, no princípio fundamental e universal da moral. Pelo seu comportamento auto-destrutivo, a considerar por exemplo as inúmeras doenças contraídas por contra de se estilo de vida, pelo seu estilo de vida anticonceptivo e desintegrador os gays são objetivamente imorais. A moralidade é, portanto, a configuração fundamental da ordem que norteia a vida humana e social, inerente ao bem da existência individual e coletiva.] Antes disso, é importante lembrar que nenhum movimento em defesa do casamento gay pede autorização para o matrimônio religioso. Nessa área, cada doutrina é livre para estabelecer as regras que bem entender. Luta-se apenas pela autorização do casamento civil, aquele reconhecido pelo Estado e que, por sermos um país laico, deve passar ao largo das convicções religiosas da população. [Mesmo que fôssemos um país laico, está demonstrado racionalmente acima que o comportamento gay dispensa as considerações religiosas para ser considerado objetivamente mau.]

Todas as grandes religiões monoteístas rejeitam o sexo homossexual. Islamismo, judaísmo e cristianismo consideram-no "antinatural". [Mais desinformação. Nem todas elas rejeitam a sodomia... O judaísmo talmúdico dos Civita aprova.] No Levítico, a Bíblia afirma que "se um homem dormir com outro homem como se fosse uma mulher, ambos cometeram uma coisa abominável. Serão punidos de morte...". Para incrementar a rejeição ao tema, as igrejas ainda consideram que o casamento é uma união de amor entre homens e mulheres, para toda vida e com o objetivo de procriar e educar as crianças. Gays, portanto, são incapazes de cumprir inteiramente a missão do casamento. "Em 2 mil anos de história, a Igreja Católica tornou-se uma perita em humanidade. E entendemos como complicada a entrega total entre dois indivíduos do mesmo sexo. A pessoa do homossexual pode ser feliz? Achamos difícil", diz dom José Benedito Simão, doutor em moral e bispo-auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. [Os gays jamais podem ser felizes. O bispo deveria cuidar mais de ler o Evangelho e ler as 9 bem-aventuranças de Jesus para ver o que é felicidade.]

Se não há dúvidas sobre a condenação bíblica à homossexualidade, os objetivos do matrimônio parecem ser aliviados pelos religiosos em outras situações. Nenhuma igreja proíbe o casamento de pessoas estéreis, que sabidamente não podem procriar. As escrituras também falam sobre escravos e pena de morte, e nem mesmo os mais devotos seguem à risca esses mandamentos. "A Bíblia precisa ser constantemente reinterpretada. É uma questão de evolução. O Antigo Testamento precisa ser contextualizado a um povo antigo e sua cultura", afirma dom José. [Se dom José disse isso, nem católico ele é, pois a interpretação da Bíblia é única no espaço e no tempo, pois a interpretação vem de Deus assim como a própria Escritura. E se a interpretação muda, ele deve achar que Deus muda. Só que Deus não muda, pois a Verdade não muda. Um mais um sempre será dois, assim como Deus sempre será Deus, os dogmas sempre serão dogmas. Mais claramente, citando a própria Bíblia: “Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade”. (Tg 1, 17)]

Por que, então, se abrandaram as rejeições para alguns tabus e não para outros? A resposta está fora da Bíblia, afirma o sociólogo da religião Antônio Flávio Pierucci, da USP. Apesar de justificada em valores religiosos, a condenação à homossexualidade é fundamentada num conceito chamado de tradicionalismo pelos acadêmicos. Em geral, temos dificuldade para lidar com questões cujas respostas vão de encontro ao que aprendemos como correto. E não há dúvida que enxergar os homossexuais como iguais é uma novidade radical na realidade dos heterossexuais. "Desde que o mundo é mundo, casamento é entre homem e mulher", diz Antônio. Gays, então, teriam rompido um acordo histórico - homens dormem com mulheres e vice-versa. [Não se trata disso. Se trata de bom senso. Em toda criação há uma evidência da presença de uma Inteligência Superior. Ora, seria um acinte a essa Inteligência Superior supor que, simplesmente por obra do orgulho humano, um órgão cuja função primordial é a de ser o canal de condução à vida seria agora revertido para fins mórbidos: um dos quais o de ser atolado literalmente em outro órgão cuja única função é servir de canal de esgoto biológico do ser humano.]

O problema é que, segundo a ciência, somos incapazes de escolher e conduzir nossa orientação sexual. [Pelo contrário, pela ciência nós sabemos para que servem nossos órgãos do sistema reprodutivo.] Como diz uma piada comum entre gays, homossexualidade não é escolha, mas falta de escolha. [Homossexualidade não é qualidade inata. Ele pode estar bem enraizado desde a tenra idade, mas pode ser reprimido. Quando não é reprimido, é fraqueza; falta de controle emocional.] Pesquisas sobre o tema apontam para uma mistura de fatores biológicos, psicológicos e socioculturais nos motivos que fazem alguém ser gay. [Que pesquisas são essas?] Mas todas são unânimes ao afirmar que ser gay não é ideologia, crença ou frescura de meninos malcriados. [Depende. Quando se cria um “movimento gay”, está se transformando o vício em ideologia e a frescura em “religião” do tesão anal.] Independentemente do país, cultura e religião, as estatísticas se repetem mostrando que uma parcela pouco abaixo de 10% da população prefere parceiros de mesmo sexo. [Incrível! Que arsenal de mentiras e desinformação! Este é um dos argumentos mais comuns utilizados pelos ativistas gays. Esse número de 10% parece provir do trabalho de Alfred Kinsey, que executou um famoso estudo de comportamento sexual na década de 40. Tido como sólido projeto de pesquisa, foi e ainda é respeitado como um dos mais importantes estudos já feitos em matéria de comportamento sexual. Kinsey, neste estudo, estimou que aproximadamente 10% da população norte-americana tinha experimentado atividade homossexual em algum ponto compreendendo os últimos cinco anos. Isso foi amplamente interpretado de modo incorreto significando que 10% da população era homossexual. Porém, outros estudos têm contestado os números de Kinsey e mais informação tem vindo à tona com relação a sua metodologia de pesquisa. Kinsey pegou uma amostra de 5300 homens onde se incluía algumas centenas de prostitutas, 1200 condenados por crimes sexuais, alto número de pedófilos e exibicionistas, e um quarto dessa amostra era composta por detentos, que são desproporcionalmente homossexuais. Como se vê, este estudo é uma fraude grosseira, já que ele estava ideologicamente tentando fabricar uma transformação social no seu país. Para se ter uma idéia de quem era Alfred Kinsey, de acordo com Willian Dellenbac, fotógrafo do Instituto Kinsey, Kinsey era um exibicionista que gostava de se masturbar masoquisticamente e que no final da vida lutava para promover a pedofilia. O estudo de E.O. Laumann da University of Chicago concluiu que em realidade apenas 1% a 3% da população é homossexual. Dean Hamer relatou que a incidência variava entre 1% e 3,9%. Simon Le Vay afirma que a incidência de homossexualidade masculina é bem mais baixa do que os 10% estimados por Kinsey..] Há relatos de práticas homossexuais no passado de culturas tão diferentes com os gregos ou comunidades isoladas de Papua Nova Guiné. Isso faz dos relacionamentos gays um fato tão antigo quanto a civilização humana. [O homicídio também é tão antigo quanto Caim.] E nos obriga a reconhecê-los como parte do convívio em sociedade. [Se você considerar que o homicídio também é parte do nosso convívio...] "A homossexualidade não precisa ser explicada. Ela apenas existe", escreveu Colin Spencer no livro Homossexualidade: Uma História". [O homicídio idem.]

O CASAMENTO

Ter direito a se casar é o maior sonho de todos os gays, um marco da aceitação na sociedade, certo? Errado. Existe uma facção do ativismo político homossexual, em sua maioria intelectuais de esquerda, para quem o casamento deixaria os gays ainda mais invisíveis para o restante da sociedade. "O casamento mina nosso objetivo de liberação. Só haverá justiça

quando formos aceitos e apoiados independentemente de nossas diferenças em relação à cultura dominante", escreveu a ativista lésbica americana Paula Ettelbrick. [Agora sim estamos chegando lá... O ativismo político-ideológico é que está por detrás do incentivo ao homossexualismo. A questão é clara. Depois das “democracias populares” do Leste Europeu terem tombado junto com o Muro de Berlim, a esquerda ficou desesperada e passou a se agarrar nas ditas “minorias” com propósitos eleitoreiros, sempre através da mística de exploração capitalista, do lengalenga de opressores e oprimidos, da tal luta de classes, enfim... Assim, a plataforma homossexual é o marxismo aplicado aos costumes sexuais: a ausência de relações de propriedade em matéria de sexo; bolchevismo sexual em sentido mais resumido. Marx sempre afirmou que a família era a primeira forma de exploração. Por isso propugnou sua eliminação: “Censurai-nos por querer abolir a exploração das crianças por seus próprios pais? Confessamos esse crime. Mas dizeis que abolimos as mais sublimes relações ao substitir-mos a educação doméstica pela educação social". Aí está um dos grandes porquês do incentivo ao homossexualismo. Transformar pais em “exploradores” e filhos em “explorados”.]

Realmente, parece incrível que os gays estejam brigando pelo casamento. Em pleno século 21, essa desponta como a última causa que grande parte dos héteros escolheria para lutar. Além dos homossexuais, provavelmente apenas as instituições religiosas ainda fazem campanha para que seus fiéis mantenham-se fiéis também a um modelo milenar de relacionamento. Nas últimas três décadas, a taxa de matrimônios caiu 40% nos Estados Unidos. Não é surpreendente, então, saber que a luta pelo casamento homossexual nasceu entre correntes conservadoras do ativismo gay. Editor de Same-Sex Marriage: Pro and Con ("Casamento Gay, Pró e Contra", sem tradução para o português), o jornalista americano Andrew Sullivan é dono de uma das vozes mais ouvidas na defesa da causa. Sullivan é homossexual, conservador, republicano ferrenho, apoiou a Guerra do Iraque e acha que os gays só serão respeitados quando se comportarem como os heterossexuais. Esse tipo de argumento deixa de cabelo em pé ativistas como Paula. Do outro lado, Sullivan e seus companheiros subverteram a ordem do movimento conservador, que ficou dividido entre os que historicamente defenderam intervenções mínimas do Estado na vida das pessoas e aqueles que vêem na imagem de dois barbudos se beijando uma ameaça a valores fundamentais da sociedade. [Na realidade, quem está lutando não são propriamente os gays. Não há nada de ala conservadora gay... Pura invenção! Os gays estão sendo utilizados como massa de manobra por líderes marxistas e neomalthusianos, alguns deles coincidentemente gays. Em primeiro lugar, estes líderes querem a positivação do comportamento gay com o propósito de aniquilar a célula familiar e conseqüentemente o Estado do qual é suporte, com vistas ao processo de globalização. Em segundo lugar, tencionam com tal comportamento estéril conseguir efeitos na luta pelo controle de natalidade. Por isso querem dar o mesmo status de uma pessoa normal a um sodomita. As taxas de matrimônio caem, na mesma medida em que sobem as taxas de divórcio. A banalização do sexo e a exposição massiva da nudez via mídia produz cada vez mais falta de atração entre os sexos, desvalorização da mulher e impotência sexual. Produz-se, além disso, terror entre os sexos através do movimento feminista. Assim, as taxas de matrimônio caem, e esta revistinha safada ajuda a fazer o serviço sujo...]

Adversários do casamento gay dizem que autorizá-lo ameaça a "instituição casamento" e enfraquece os valores de família. Se hoje liberamos para homossexuais, por que amanhã não permitiremos a poligamia? Por que duas pessoas? E por que não três? [Exatamente o que foi comentado anteriormente.] Os defensores alegam que a união entre homossexuais fortalecerá família e casamento. [É claro que não, pois as gerações futuras, não obstante a sua consciência que fala mais alto, tenderão a perder seus referenciais.] E que o divórcio é uma ameaça muito maior - e nem por isso deve ser proibido. [O divórcio jamais deveria ser oficializado.] Na realidade, é difícil medir os efeitos positivos e negativos da legalização, afinal eles envolvem conceitos subjetivos. [Isso é mais uma mentira. Isso pode ser previsto por um raciocínio lógico dedutivo como outro qualquer.] O que aconteceria com a família? Com o casamento? Depende do que você pensa dessas instituições. O pesquisador americano Stanley Kurtz, do Instituto Hoover, ligado à Universidade Stanford, analisou esses efeitos no artigo The End of Marriage in Scandinavia ("O Fim do Casamento na Escandinávia"), publicado no início do ano. Nele, Kurtz afirma que a tolerância dos países nórdicos à parceria entre gays (o casamento continua proibido) "deu à sociedade a impressão de que o casamento está fora de moda" e que "qualquer unidade familiar, inclusive a produção independente, é aceitável". [Sim, nos países nórdicos, um dos mais decadentes do mundo, como a Suécia por exemplo, até a zoofilia é aceitável...[4]] O resultado disso tudo, conclui Kurtz, é que "o casamento está lentamente morrendo na Escandinávia" - cerca de 60% das crianças que nascem na Dinamarca não são filhas de pais casados. [Que belo exemplo para o mundo!]

Kurtz não ofereceu provas de que a culpa pelo quadro seja da união gay, mas constatou que os processos aconteceram no mesmo período. Perto dali, na Holanda, casamentos gays foram legalizados e pouco mudou. Três anos após serem permitidos, a polêmica sumiu das mesas de bar. "Tão logo houve a legalização, ninguém mais falou no assunto", afirma Henk Krol, editor da

revista Gaykrant e líder da campanha pró-união. A última diferença legal por orientação sexual, que dava aos héteros preferência para fazer adoções no exterior, foi abolida em fevereiro. [A Holanda é um país onde a eutanásia é legalizada, assim como o aborto, o consumo de drogas etc. O homossexualismo, em um contexto de miséria moral tão absoluta como essa, é só um detalhe...]

AS CRIANÇAS

A mudança fez da Holanda também o único país a dar pleno direito de adoção para casais do mesmo sexo. E esse é outro tema espinhoso. Gays podem educar crianças sem afetar o desenvolvimento delas? A resposta passa pela própria Holanda: estima-se que o país tenha atualmente 20 mil pimpolhos legalmente adotados por casais gays. Aparentemente, sem traumas. "Todos os estudos no país indicam que paternidade e adoção gay não causam problemas às crianças", diz Rob Tielman, pesquisador da Universidade de Utrecht e uma das maiores autoridades holandesas sobre o tema. [Em 1988, um estudo publicado nos Archives of Sexual Behavior, detectou que 86% dos pedófilos descreveram-se como homossexuais ou bissexuais. A pedofilia é uma bandeira de não poucos ativistas homossexuais. Organizações homossexuais, tais como o NAMBLA[5], promovem abertamente a pedofilia. Considerando os riscos à saúde do homossexual por conta de seu comportamento promíscuo, encabeçando as estatísticas de contaminação de AIDS, assumindo-se o alto risco de abuso sexual infantil e, por último, a possibilidade de vir a adotar crianças, isso pode representar até sua sentença de morte.]

Mas o que é bom para a Holanda não é necessariamente bom para o Brasil. [Realmente!] Nossas diferenças culturais, diz Tielman, impedem afirmar que os resultados obtidos lá seriam iguais por aqui. É preciso ter em mente também que ausência de problemas não quer dizer que crianças criadas por gays sejam idênticas às criadas por heterossexuais. [Como já observado, as crianças tendem a perder referenciais e ainda correm um risco muito maior de abuso.] "O simples fato de escolhermos um colégio e não outro já tem enorme impacto na pessoa que nossos filhos serão. Toda influência tem conseqüências", diz a psiquiatra Carmita Abdo, do Hospital das Clínicas de São Paulo, que coordenou o projeto "Sexualidade", maior pesquisa sobre hábitos sexuais dos brasileiros. "Quando subvertemos o papel da mulher e ela deixou de cuidar dos filhos em casa para trabalhar muita coisa mudou. Estamos piores? [A mulher, cada vez mais incentivada a migrar ao mercado de trabalho, seja por pressões econômicas como também sociais, cresce em poder aquisitivo, em poder de compra, em independência e poder de barganha, chefiando famílias, levando o homem a uma diminuição de sua auto-estima, o que acaba lhe intimidando diante do sexo oposto. Por outro lado, com esta nova vocação dominadora, a mulher acaba por se masculinizar, adotando hábitos que cada vez mais tornam-na menos atraentes ao homem. O homossexualismo insere-se aí como um elemento exógeno, quase como uma síntese entre os opostos, uma espécie de conciliação de tendências, ou também uma espécie de convite alternativo às frustrações amorosas entre homem e mulher..] É questão de opinião. Creio que tivemos perdas e ganhos. Mas prever essas alterações antes de elas acontecerem é praticamente impossível."

Apesar da dificuldade, algumas hipóteses podem ser formuladas para os efeitos da adoção gay. A ausência de um referencial do sexo ausente não parece ser problema - segundo Carmita, a criança é capaz de reconhecê-lo em outras pessoas próximas. É o que acontece com filhos de pais solteiros. Gays tampouco induzem crianças à homossexualidade, concluiu mais de uma dezena de estudos diferentes. Outra pesquisa, apresentada pela professora Charlotte Patterson na Associação Americana de Psicologia [A APA não é uma organização séria. Segundo o psiquiatra Ronald Bayer, a APA retirou o homossexualismo do rol de patologias mentais, em 1973, por conta de manobras de bastidores de ativistas gays (Homosexuality and American Psychiatry: The Politics of Diagnosis -1981). Simon Le Vay, o homem responsável pelos estudos sobre o homossexualismo no cérebro, afirmou em seu livro, Queer Science, que o "ativismo gay foi claramente a força que propalou para a APA desclassificar a homossexualidade". Segundo o psiquiatra Charles W. Socarides, a decisão da APA foi política e não científica para alçar às nuvens a homossexualidade como um alternativo estilo de vida. Cada membro da APA recebeu uma carta assinada por vários candidatos à presidência da associação e outra de proeminentes psiquiatras defendendo a mudança. O que os membros não perceberam foi que as cartas tinham sido rascunhadas pelo Gay and Lesbian Task Force, que financiou todos os custos de elaboração e postagem. O desejo expressado pela APA é que tal mudança viesse a diminuir a discriminação experimentada por indivíduos gays e lésbicas, o que é totalmente acientífico. Por incrível que possa parecer, esta mesma APA está rediscutindo hoje a reclassificação da pedofilia.], em 1995, mostrou que hábitos de crianças criadas por lésbicas eram praticamente idênticos aos dos filhos de heterossexuais. Assistiam aos mesmos programas de televisão, brincavam com os mesmos brinquedos, se relacionavam com os mesmos amigos no colégio. Consenso, no entanto, ainda é uma palavra que passa longe da comunidade científica. Um pool de especialistas que analisou todas as pesquisas disponíveis sobre o tema para o Journal of Divorce and Remarriage ("Jornal do Divórcio e Recasamento") afirmou que todas tinham falhas metodológicas. Acusou pesquisadores dos dois lados de estarem engajados numa causa e terminou espetando: "Não precisamos apenas saber se existem diferenças. Temos uma decisão moral a tomar: a sociedade teria o direito de prevenir a criação de indivíduos que eventualmente seriam mais abertos a comportamentos e relacionamentos homossexuais?". [Não é o que descobriu o psiquiatra norte-americano Dr. Paul Cameron. Em um estudo, sugeriu que a “paternidade” homossexual é associada com desproporcionais taxas de desenvolvimento de “orientação” homossexual, experiências sexuais indesejáveis, uma primeira experiência sexual que foi homossexual, e insatisfação de gênero. Descobriu-se ainda que menos que 6% dos homens e 3% das mulheres em geral da população reivindicavam ser bissexual ou homossexual, mas em comparação, 75% dos adultos machos e 57% das adultas fêmeas, todos criados por “pais” homossexuais reivindicavam ter desenvolvido uma “orientação” bissexual ou homossexual.[6] Há, outrossim, várias conclusões diametralmente opostas a estas divulgadas acima pelo mesmo pesquisador. ]

E se... tivéssemos mais gays no mundo? Certamente veríamos uma parcela da população incomodada ao se deparar freqüentemente com algo que repulsam. Mas talvez esteja nessa tensão a saída para uma convivência harmoniosa. [Isso parece até a Cabala, que procura reivindicar a convivência coletiva com o mal até atingirmos um utópico modelo de “auto-gestão”, praticamente um inferno na Terra.] Todos os remédios contra o preconceito envolvem um fator indispensável: tempo. [Não é preciso a variável “tempo” para se ter em conta um mal, pois assim como um bem é imutável um mal também é imutável. Do contrário não haveria nem “bem” nem “mal”. Assim, o homossexualismo, o homicídio, a pedofilia sempre serão rigorosamente maus, por mais que queiram procurar um refúgio na variável “tempo”.] Quando os Estados Unidos permitiram que brancos e negros se casassem, em 1968, 72% da população desaprovava esse tipo de relação. Somente em 1991 é que pela primeira vez a maioria das pessoas afirmou não ver problemas no casamento inter-racial. [Isso, de fato, era uma bobagem, mas nada tem a ver com o contexto de uma discussão moral uma questão racial, que não é moralmente reprovável, mas individual ou socialmente tende a ser aceitável ou não. Trata-se de mais um sofisma, uma tentativa de desviar o foco da questão.] Aceitar que duas pessoas do mesmo sexo se casem e sejam reconhecidas como família é um ato doloroso para boa parte dos brasileiros. Mas não há outro jeito de termos uma sociedade mais igual. [Que campanha miserável dessa revistinha por um “igualitarismo” torpe!] Ser tolerante é um exercício que requer cuidado diário. Exatamente como o casamento. [É a tal tolerância de mão única. Qualquer pessoa de juízo concorda que não deve haver liberdade para praticar o mal. Mas se a tolerância deve ser absoluta, o mal deveria então ter seu espaço. Caso contrário, estaríamos incorrendo no "crime" da intolerância.]"

Enrico Vizzini
Enviado por Enrico Vizzini em 12/04/2008
Código do texto: T942461