A melhor hora

João era um senhor de meia idade, calvo, baixo, cuja escolaridade e força de vontade não eram niveladas. Certo dia, ele andava à procura de emprego. Passou pela primeira, pela segunda, e quando chegou na terceira empresa, leu a placa que informava: precisa-se de empregados. João foi tomado por uma onda de entusiasmo, e conversou com a mulher responsável, que disse em sua “cara”, os objetivos da empresa, e logo destruiu com as esperanças do homem, expondo que seu nível não se encaixava no perfil do cargo. O velho homem voltou para casa em pleno descontentamento.

Nas costumeiras reflexões antes de dormir, João resolveu voltar com os seus estudos. Começou, praticou, sentiu dificuldades, porém superou: ganhou o diploma. João decidiu voltar até o edifício da mulher do crachá quebrado escrito Marta. Ao entrar, ele foi recebido com cortesia, numa forma bem diferente da vez anterior. Serviram-lhe café, biscoito e água gelada; mas João recusava tudo sem pestanejar. Enquanto isso, Marta a temível mulher, disse sorridente:

- Aprendeu?

- Aprendi o que? Gritou num tom matuto o velho.

Marta respira fundo e começa a desabafar:

- Bom, há alguns meses atrás, eu recebi os seus serviços, que foram recusados. Preciso confessar tudo!

Marta contou tudo, explicou o porquê de ter recusado João. Disse que ele merecia um melhor cargo; seu potencial mostrava isso; e que fez tudo isso justamente para que voltasse a estudar e ter uma maior qualificação. Marta, que se transformou em mocinha da história, completou:

- Isso tudo foi para você entender que não devemos ficar estagnados no tempo, sempre é o momento de aprender o que não pôde por motivos antigos!

O homem emocionado perguntava com um sorriso estampado no rosto:

- Então, a vaga é minha?

- Bem, agora você pode progredir; o emprego é seu sim. Agora você entende o verdadeiro sentido; todas as situações boas em nossas vidas, acontecem na melhor hora! Disse Marta.

Passados alguns anos, João foi sendo promovido numa velocidade rápida, até que chegou num cargo à altura de Marta. Daquele dia em diante, ele entendeu que tudo necessita de um esforço para ser conquistado, se tornou uma pessoa mais instruída, e muito mais feliz.