Direitos e respeito para todos
Dias atrás vinha eu de São Paulo (Terminal Barra Funda) rumo ao interior. No inicio da Marginal Pinheiro, o ônibus parou para o embarque de passageiro. Após isso, aproximou um policial fardado com cara de quem trabalhara a noite inteira e simpaticamente perguntou ao motorista se cabia mais um. O motorista sorriu amarelo e disse que não. Como eu estava sonolento – seis e pouco da manhã – imaginei que estivesse brincando.
O policial, então, insistiu e disse que viajaria alí, em pé, era somente até Itu. O motorista repetiu que estava lotado. O policial humildemente agradeceu, afastou-se e o infeliz do condutor cerrou a porta e partiu.
Foi, então, que me ‘caiu a ficha’. Não havia nenhum militar dentro do ônibus – fingi que fui ao banheiro e verifiquei .Fiquei indignado com o motorista que se julgou no direito de deixar alí, na beira da estrada, um militar tresnoitado - um brasileiro tão batalhador quanto ele - enquanto o trabalho extra (bico) e a família, certamente, o aguardavam. Nada custaria ao motorista deixar embarcar o Militar que passara a noite inteira desempenhando arriscada função em prol da segurança dele, motorista!
Chegando a casa, não tive dúvidas, sentei-me ao computador e escrevi um ‘romance’ à empresa. Não sei se adiantou alguma coisa. Mas, os superiores do motorista tomaram conhecimento do fato,nenhuma vírgula, deixei escapar!
Nunca vi nenhum policial ser deselegante com ninguém dentro dos ônibus. Ocorre exatamente o oposto: são extremamente prestativos quando ocorre qualquer anormalidade.
Possível sendo, bom seria se as pessoas soubessem como funciona o esquema de transporte: se é apenas carona, se tem uma lei que lhes garanta o direito ao embarque. Sempre vejo uns pegando autorização nos guichês. Porém, quem precisa embarcar na estrada carece de proteção para não ficar a mercê do humor do simples ‘bola-roda’ do ônibus.
Saúde e paz e que papai do céu nos proteja a todos: civis e militares.
Tempos atrás comumente presenciavam-se cenas tais com os idosos: os motoristas não gostavam de transportar a terceira idade porque não pagavam passagem, seguindo assim, raciocínio medíocre. Pois, um pensamento nobre seria: os idosos pagaram antecipadamente, no decorrer de longos anos, suas passagens: nenhum direito vem do nada, de graça...
Mas a moral da historia é: por que os brasileiros não conseguem formular pensamentos profundos? Ou, pelos menos que não fossem tão superficiais.
Direito e respeito para todos a despeito de pilares de cidadania e civilidade.