O problema da ideia de domínio no âmbito da relação entre sujeito e objeto na teoria do conhecimento da Idade Moderna
Quando falamos a respeito do que seria o ser, ou seja, o sujeito no âmbito da teoria do conhecimento na Idade Moderna, estamos se referindo ao homem enquanto sujeito pensante, o detentor do conhecimento e ao mesmo tempo o dominador desse conhecimento, tendo em vista que ele possui o domínio do conhecimento através da sua racionalidade.
Esse modo como o sujeito entende o objeto cognoscente não passa de uma representação do que seria algo a respeito do objeto, esquecendo-se de que esse algo não seria o objeto de fato, mas apenas sua representação, em outras palavras, uma ideia a respeito da coisa em si. Essa reflexão apareceria no contexto de transição entre a Idade Moderna e Contemporânea, com Kant.
Mas a forma como a relação entre sujeito e objeto seria tratada na Idade moderna pelos filósofos racionalistas, deixa muito claro e evidente a ideia da relação de domínio, em que algo só pode ser conhecido desde que seja dominado pelo sujeito que o procura conhecer através da sua racionalidade e razão. Essa relação é, portanto, de domínio e não de afeto, sentimento... O que demonstra uma certa ausência de feeling, por parte dos racionalistas para com o objeto.
Essa ausência teria sido percebida pelos empiristas de modo que suas investigações colocaram em questão a importância da ideia de subjetividade no contexto da relação entre sujeito e objeto, tornando a noção da ideia de conhecimento muito mais próxima do sujeito, aquele que se relaciona com o objeto de fato do que com apenas a ideia, coisa que representaria esse objeto, em outras palavras, o que seria a representação da coisa.
Com isso chegamos a conclusão de que a ideia de dominar o objeto abriu margem para o que seria a transição do pensamento moderno, a respeito do conhecimento, para a Idade Contemporânea, tornando possível o debate a respeito do papel da subjetividade no contexto da relação entre sujeito e objeto, coisa que deixou a discussão sobre a teoria do conhecimento muito mais abrangente do que seria na Idade Moderna.