Entre Letras e Sonhos: A Jornada de Transformação e Conhecimento
“Ser autêntico é perseverar na busca do seu propósito de vida, por meio dos atos das boas escolhas que se faz singularmente”
(Francisco Tibério F. de Araújo).
Prezados gestores, docentes e técnicos, estimados discentes e seus familiares e amigos, senhores e senhoras,
Estamos aqui reunidos para celebrar uma conquista que vai muito além do individual: é a celebração de uma formação que carrega em si a missão de transformar vidas e moldar futuros. Quando escolhemos o tema deste discurso, “Entre Letras e Sonhos: A Jornada de Transformação e Conhecimento”. Este título não foi escolhido por acaso, mas sim porque ecoa as experiências, as lutas e as conquistas que nos moldaram como educadores, intérpretes de textos e de contextos, de histórias e de saberes, pois estávamos pensando justamente nesse processo intenso e profundo que todos nós vivemos — professores, alunos e comunidade — em torno da educação. E, ao olharmos para cada um de vocês aqui hoje, sentimos que esse título ressoa com força, pois cada rosto presente traz consigo histórias de perseverança, de luta, de amor pela educação.
Gostaria de começar agradecendo aos nossos colegas professores e técnicos do IFPB Campus Sousa, que, com seu incansável empenho e dedicação, caminharam lado a lado com cada um desses formandos (as). Vocês não foram apenas mestres, mas inspiradores, cuidadores do saber e do coração. Como diria o filósofo Rubem Alves, “Professores são jardineiros de gente”, e hoje colhemos os frutos dessa jardinagem cuidadosa e paciente. A cada aula, vocês fizeram mais que transmitir conteúdos; fizeram o que Antônio Cícero chama de “preservação do fogo”, aquele impulso vital pelo saber que, plantado no coração dos estudantes, brilha e transforma.
Para vocês, gestores, nosso mais profundo agradecimento, por acreditarem que a educação, além de um direito, é uma força transformadora, que tem o poder de elevar as comunidades e as realidades ao redor. Bertha Lutz dizia que a educação é a chave para abrir portas e derrubar barreiras, e é com essa crença que a administração e o corpo gestor do IFPB se dedicaram a construir este espaço, onde sonhos, talentos e potências individuais encontram terreno fértil para florescer.
E, claro, principalmente, hoje também honramos os formandos. Vocês, queridos alunos e alunas, chegaram até aqui não apenas com esforço, mas com um compromisso profundo com o aprendizado e com a transformação. Machado de Assis, em suas palavras, nos lembra que “A alma que pensa é a alma que sente”, e durante esses anos vimos vocês pensarem, sentirem, crescerem e se superarem. Todos os desafios que superaram, todas os dias e noites de estudo, todas as leituras e debates, todos os sábados avaliativos — tudo isso foi essencial não só para formá-los como profissionais, mas como agentes de mudança, capazes de enxergar o mundo com empatia e senso crítico. Lembrem-se sempre: Tudo é no tempo de Deus!
A educação, mais que um processo, é um ato de coragem. Mário de Andrade dizia que o Brasil é “uma construção que não termina”, e, como educadores, somos todos responsáveis por essa construção contínua. Mas que construção é essa, senão aquela que tem o objetivo de fazer com que cada ser humano se reconheça, se valorize e lute por um mundo melhor? Antonieta de Barros nos lembra que a educação é a verdadeira arma para a emancipação e liberdade, e é por essa razão que vocês, formandos, são parte dessa construção. Vocês levam consigo um saber que não termina aqui; é um saber que estará em cada aluno que encontrarão, em cada palavra que pronunciarão, em cada sonho que ajudarão a germinar.
Ainda, quero agradecer aos familiares e amigos dos nossos formandos. Vocês foram e continuarão sendo a base de cada conquista, o apoio em cada momento de incerteza. Para cada um de vocês, fica nosso profundo reconhecimento, porque o caminho da educação, como bem sabemos, é coletivo. E, como nos ensinou Lélia Gonzalez, a educação precisa ser um espaço de afeto e resistência, onde cada um de nós encontra sua força naqueles que estão ao nosso redor.
Certa vez, Fernando Pessoa afirmou que “A literatura, como toda arte, é uma confissão de que a vida não basta.” Nessa verdade, encontramos a razão pela qual optamos por esse caminho: porque entendemos que, como educadores, somos chamados a oferecer mais do que informações; somos chamados a instigar, a inquietar e a inspirar. Em nossas mãos, o conhecimento é mais do que conteúdo programático; é a chave que pode libertar e empoderar nossos futuros alunos e alunas. Pois, como nos ensinou Paulo Freire, “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”, ou seja, é reelaborar saberes a partir do que aprendemos – Etymon Sapere: Saber verdadeiro.
Percorremos um caminho marcado por desafios, sim, mas também por grandes descobertas. Quem não se lembra das tardes longas e das madrugadas em claro, mergulhados em teorias linguísticas, debatendo a função da língua enquanto instrumento de interação social? Estudamos autores como Mikhail Bakhtin, que nos revelou a importância do “dialogismo” e da intersubjetividade, ou como Noam Chomsky, com quem compreendemos que a linguagem é intrínseca à própria estrutura do pensamento. Essas teorias foram, para nós, mais que estudos; foram portas que se abriram para uma compreensão mais profunda do ser humano e de suas relações com o mundo.
Ao longo desses anos, os formandos (as) em Letras, percorreram uma jornada que os permitiu enxergar o valor da palavra como semente de transformação. Aprenderam que a linguagem é o fio condutor que conecta cada experiência humana. Foram horas de leitura atenta, de reflexões e debates acerca dos grandes pensadores da língua e da literatura. A cada página, a cada nova teoria, iam construindo um mosaico de ideias que, aos poucos, foi transformando sua maneira de ver o mundo e de se colocarmos nele.
Caros colegas, sabemos que, daqui para frente, nossos desafios não se esgotam com o fim deste ciclo. Em realidade, a jornada está apenas começando. A sala de aula é, para cada um de nós, o próximo palco de transformação. Ali, somos chamados a dialogar com mentes diversas, a cultivar o gosto pela leitura, o amor pelo conhecimento e, sobretudo, a dignidade do aprendizado. Como dizia Immanuel Kant, “O homem só se torna homem por meio da educação”. Essa frase nos faz lembrar que nossa responsabilidade, enquanto educadores, vai além do ensinar a ler e a escrever. A nós é dada a nobre missão de formar cidadãos conscientes, críticos e aptos a construir uma sociedade mais justa e solidária.
Mas este caminho não será trilhado sem obstáculos. Haverá momentos de cansaço, de desânimo e de incerteza, pois a realidade da educação não se faz em contos de fadas. Porém, que nunca nos falte a coragem para persistir. Simone de Beauvoir nos lembra que “A educação é uma arma de liberdade”, e, ao empunhá-la, comprometemo-nos com algo maior do que nós mesmos. Ensinamos não apenas para cumprir um papel profissional, mas para ser agentes de mudança em um mundo que tanto necessita de luz.
A educação, como temos plena consciência, é uma jornada para toda a vida. Não termina aqui, tampouco nos limites da academia. Este conhecimento que agora possuímos deve ser como uma chama que aquece e guia não só a nós, mas todos os que conosco trilham o caminho do saber. Afinal, como dizia Sócrates, “O verdadeiro conhecimento vem de dentro”, e é essa busca contínua que esperamos compartilhar com nossos alunos, colegas e a comunidade ao longo dos anos que virão. A nossa jornada, enquanto formadores e educadores, também não termina aqui.
O filósofo francês e pai da teoria da complexidade, Edgar Morin, nos diz que “É preciso ensinar os caminhos para enfrentar a incerteza”, e essa é a essência da nossa missão. A nós, educadores, gestores e comunidade, cabe o dever de seguir formando cidadãos conscientes, críticos e comprometidos com um mundo mais justo. A cada desafio que se apresentar no caminho de vocês, a cada dificuldade que surgirá, lembrem-se das palavras de Michel Foucault: “O saber é um instrumento de luta”. Com o conhecimento, vocês têm nas mãos uma arma poderosa para transformar as realidades ao seu redor.
Assim, concluímos este discurso com um misto de gratidão e esperança. Nesta partilha, devemos ser gratos aos nossos mestres e aprendentes, que com tanto afinco e dedicação construíram saberes, não apenas nos caminhos da gramática e da teoria literária, mas nos ensinaram a sermos melhores, a sermos críticos e a sonharmos mais alto. E, ao olharmos para o futuro, esperamos que esses mesmos sonhos possam nos acompanhar e fortalecer ao longo de nossa carreira. Que nossas vozes sejam sementes de mudança, que nossas palavras inspirem e que nossa atuação transforme.
Que cada um de vocês siga em frente na missão do ousar saber, levando consigo o brilho da palavra e o peso da responsabilidade. Como Macaé Evaristo nos inspira, a educação não é apenas transmissão de conteúdo, mas a construção de um futuro em que cada pessoa possa ver a si mesma refletida com dignidade e respeito. Levem isso consigo esse aprendizado.
Como professores, temos o privilégio e a responsabilidade de serem exemplos vivos de que a educação não é um processo acabado; é, como nos ensina Antoine de Saint-Exupéry, “Um ato de amor”, e, através do amor, temos o poder de transformar, de elevar e de construir.
Agradecemos, então, por este ciclo e assumimos o compromisso de que, seja onde for, levaremos conosco o brilho e a responsabilidade do saber. Porque ser professor é mais que um ofício;
Gratidão a todos(as) por essa jornada de alma e de coragem. Que sigamos, sempre, entre letras e sonhos, cultivando a esperança e construindo pontes para um amanhã melhor, producente e feliz.
E, de agora em diante, que o amor pelas letras e pelo ensino seja o fio que entrelaça cada um dos nossos dias.
Muito obrigado!