O Sistema - um conceito elementar e autocrítico do autor

Preâmbulo:

“De que me adiantaria tanta elucubração sobre coisa que não se possa provar cabalmente, enquanto devo confiar exclusivamente em verdades lógicas, que precisam ser demonstradas silogisticamente?”

- Essa é a indagação que me faço para advertir a mim mesmo, sempre antes de formular opiniões sobre coisas complexas, então estabeleço parâmetros ao meu raciocínio para que ele tenha um limite claro entre o que pode ser realmente inferido, inequivocamente, e o que está sujeito a dúvidas pertinentes, formulando, assim, opiniões realistas, que considerem a parte desconhecida de uma verdade tão importante quanto parte que se pode conhecer, ciente de que se deve buscar a completude do conhecimento e jamais ignorar aquilo que se desconhece, como se não fosse importante, o que fatalmente levaria a conclusões precipitadas e equivocadas. Para uma segunda reflexão sobre o pensamento acima, veja o aforismo "o valor do conhecimento pela exceção" no link "www.recantodasletras.com.br/aforismos/8151503".

Posto isso, antes de avançar para o tema, cabe lembrar que muito já se falou e ainda se fala sobre a existência ou a ascensão de um sistema de controle mundial. Nesse contexto, mas não me limitado a isso, considerando com abrangência a concepção da existência de um sistema como elemento de controle da vida humana, é pertinente destacar que já existem inúmeros conceitos e hipóteses, que são oriundos das mais diversas explicações e teorias, sejam teorizações filosóficas, conspiratórias, religiosas, políticas, ou de qualquer outra natureza, conforme seja a fundamentação das mais diversas fontes autorais. Portanto, meu objetivo neste texto é explicar qual é o conceito que eu atribuo ao termo em questão, de acordo com o meu próprio entendimento e, exclusivamente, por meu discernimento lógico, desprovido de crenças ou de preferências por ideias de qualquer autor que já tenha tratado do tema, partindo de uma sóbria e pura análise de fatos existentes e perceptíveis que me permitem identificar a existência de tal elemento e de algumas características de sua atuação. Aviso logo, porém, que frustrarei qualquer expectativa de que eu venha apresentar alguma teoria extremamente inovadora ou alguma incontestável revelação que possa, indubitavelmente, provar ou determinar o que possa ser o sistema.

Sendo assim, prossigo para o tema:

Quando me refiro ao termo sistema, ele não representa algum determinado sistema em especial nem tampouco tem o significado da existência de um único sistema global dominante, salvo se seu fizer, explicitamente, alguma especificação nesse sentido no contexto de uma argumentação. Já quando a intenção for falar de um sistema específico, o termo sempre será acompanhado de sua especificação, por exemplo, sistema político, sistema religioso, etc. Sendo assim, quando utilizado direta e simplesmente, esse termo deve ser interpretado, geralmente, como um sistema não especificado, ou, dependendo do contexto, como um macrossistema, sendo um conjunto de sistemas que cooperam, concorrem, ou coexistem no mundo, mas que não seja, necessariamente, do controle ou da propriedade de alguma entidade formal, nem seja, especificamente, um macrossistema principal gestor de outros sistemas, embora essas hipóteses não sejam completamente descartadas. Nesse sentido, pouco importa se há um macrossistema central com subsistemas subordinados ou um conjunto de sistemas coexistentes, com ou sem hierarquias, sem um macrocontrolador geral, assim como também pouco importa quantas ou quais entidades ou personalidades estejam no comando do sistema. Enfim, ideia central quando me refiro, singularmente, ao sistema é que se trata de um sistema com a finalidade de controle sobre o ser humano, essencialmente isso, e, quando me refiro a ele no plural, transmito a ideia de que há uma pluralidade de sistemáticas com diferentes funções, características, aparências, mecanismos e pseudofinalidades, mas que concorrem para aquela mesma finalidade de controle.

A despeito de tantas tentativas que já fizeram para provar e evidenciar a especificação de um elemento inequívoco, identificável e personificável, que se possa definir como sendo o sistema, na minha avaliação, até o momento, não há suficientes recursos para se tentar provar algo realmente relevante sobre isso; se sobre o sistema existe, ou não, um controle fortemente hierarquizado, se existe, ou não, um ou mais proprietários, quem são seus mentores e controladores, quantos e quais sistemas existem, quais são suas origens, suas formas ou finalidades especiais. Por isso não tenho a pretensão de defender uma argumentação que defina exatamente o sistema nem tampouco faço qualquer alusão a uma personalidade física, jurídica, religiosa, histórica, mítica, ou de qualquer outra natureza, que porventura possa representar o sistema.

Como pode ser visto até então, apresentei mais explicações daquilo que o sistema, possivelmente, não é, com base naquilo que posso avaliar, e isso se dá pelos motivos já mencionados. Cabe portanto a reflexão: quando não se tem fatos incontestáveis e evidências claras sobre o que uma coisa é, mas, havendo justificados indícios de que a coisa existe e atua, é de grande valia examinar o que a coisa não parece ser, ou seja, raciocinar sobre o que não se tem de real comprovação lógica para caracterização da coisa, pois assim evitam-se suposições ilógicas ou conclusões absurdas.

Diante disso, a quem interessar possa, registro o que eu tenho de conceito sobre o sistema, até o presente momento. Refiro-me a um elemento ou instância abstrata, que provavelmente tenha uma representação tangível bastante concreta e complexa, porém ainda muito desconhecida, que possui um forte controle (centralizado ou não), que beneficia e atende aos interesses de uma entidade (seja indivíduo ou grupo, mais provavelmente sendo um ou mais grupos), cujo propósito é manter os seres humanos sob controle (em forma de pirâmide com camadas de classes sociais), realizando um fluxo exploratório da base para o topo, em que uma classe inferior é mais populosa do que a superior, porém sempre mais enfraquecida, pela desarticulação de suas capacidades de autonomia, defesa e força, no âmbito físico e intelectual, para que não possa se rebelar contra as camadas superiores. Quanto mais alto se está na pirâmide, mais se pode consumir das classes inferiores, vivendo com menos privações, mais recursos e melhores benefícios sociais. As camadas mais elevadas, próximas do topo, são as que mais se aproximam das elites do sistema e mais possuem poder de controle.

As minhas fundamentações para perceber a existência do sistema (ou de sistemas), incluindo seu modus operandi, suas finalidades, objetivos, interesses e beneficiários, são decorrentes de puro raciocínio lógico sobre as questões que podem ser evidenciadas nos acontecimentos do mundo, que impactam e determinam direta e indiretamente na vida humana. Portanto, finalmente, que fique claro o que eu já disse anteriormente, que o objetivo deste texto é explicar o meu conceito quando me refiro ao sistema, não pretendo aqui tratar de argumentações para defesa de minha tese nem apresentar provas de que estou absolutamente certo, afinal, trata-se de tema abrangente demais, controverso e de difícil comprovação, que necessitaria de um amplo acervo probatório. Inclusive, a quem quer que seja, aproveito para recomendar que passe a observar o mundo com especial atenção para esse assunto, pois certamente encontrará muitas evidências para formular conclusões próprias.