Politicagem Sistêmica

Senhores e senhoras, do Brasil tão ilustrado

Que de erudito tem pouco, e de corrupto dobrado

Onde a nobreza se faz com títulos vazios

Políticos inaptos não passam de uns velhos vadios

 

Se acham herdeiros das terras de Cabral

Mas de cultura, de ética, nada há de moral

São a fina flor da vã nobreza d'aldeia

Que ao invés de saber, adoram a platéia

 

Tentam ser franceses com nariz empinado

Mas não passam de trambiqueiros mal trapilhados

Ingleses se acham com sua fleuma elegante

Mas em conchavos rastejam como serpente

 

Eis que falam do povo, mas não sabem de nada

Perdem-se na treva de sua mente abastada

Apadrinhamento é seu pão de cada dia

Trazendo consigo a mais vil hipocrisia

 

Não fosse o colonizador tão perdido em seus fados

Deixando-nos esse fado de fracassos enlaçados

Seríamos nações, quem sabe, de primeiro degrau

Seguimos a trilha do ouro de tolo e do incendiado pau

 

Ah, que nobre realeza, perdida em falcatruas

Copiando franceses em roupas e ruas

Enquanto a pobreza se alastra, qual peste

E a cultura, coitada, se encosta no leste

 

Aqui, nesta ex capitania de sonhos moribundos

Onde se governa com jeitinhos profundos

O fracasso é a herança que nos resta fiel

Pois de trouxas e maus políticos, urna é cinzel