DESPEDIDA À DESCONHECIDA

Em tempos em minha cronologia, conheci uma menina que depois se tornara no meu amor.

Algo me prendia a ela, para além de seu corpo. Talvez eu esperasse reconstruir todos aqueles momentos juntos que tivemos, hoje faço questiúnculas do que aconteceu connosco.

Mas dei conta que de facto, existem duas mulheres nela, a mais fraca e a mais forte. Amava uma, mas tive de reconhecer a outra mulher que passou a existir nela. Que surgira como uma Fênix , só que ela renascia para um mundo em que eu não faço parte.

Em poucos dias ela se foi e deixou um buraco grande por dentro, pois tudo que fazia-me vibrar com a vida desaparecera. Desisti de tentar compreender o porquê disso, vai além do meu raciocínio.

Eu hoje sei que, por causa dela fui maravilhado no mundo. Dessa mulher, pequena e desarmada, estou certo que não mais me vou esquecer.

Por mais que meus braços não sejam mais o seu refúgio, nem meus beijos sirvam mais de acalento. E por mais que o meu amor por ela se torne insignificante, ela foi pra mim uma Idolatria (denominação de uma espécie de memória adorável).

Hoje ela é uma outra mulher, altiva, corajosa, fria, combativa e desconfiada. Que sabe que as coisas se conquistam palmo a palmo, não gosta de fracos. Como todos os lutadores, quer tudo simples e claro.

Mas enfim, assim se foi a doce e adorável desconhecida, por ela andaria barbado, sujo e descalçado como um Monangamba. Por essa adorável mulher que um dia amei, eu derrotaria os leões de Tsavo, degolaria um leão de Nemeia e ainda roubaria a lua cheia numa noite de Agosto .

Acreditarei sempre, que a graça feminina é o que existe de mais poderoso no mundo. E penso na influência extraordinária que a mulher pode exercer na vida do homem, transformando em arte e grandeza tudo o que em certos casos não passaria de obscuridade e banalidade.

Pena é que nem toda mulher compreende a vastidão e o relevo que pode ter no mundo o seu papel.

Mas enfim!

À DESCONHECIDA...