Carrie Bradshaw sem a parte do sexo

Acho que fiquei louca!

Será que é castigo por ser mulher? Quer dizer, quantas e quantas vezes você que está me lendo e é mulher não se perguntou algo parecido?

Estou atrasada com um trabalho de literatura romântica portuguesa, mas o que isso tem a ver com o assunto? Nada. É só que, eles estudam literatura brasileira por acaso? A po**a dos portugueses estudam os brasileiros ou seus interesses por nós se limitou a nos explorar? Fala sério.

E é isso, é sempre nós que tentamos demais, fazemos demais, nos importamos demais, e aí em uma tarde de quarta-feira, em greve, continuamos a nos cobrar. Precisamos fazer mais, ler mais, estudar mais, conhecer mais. O sentimento é gotoso quando no começo, mas depois vai nos consumindo, nos fazem questionar tudo e todos!

Desesperador não é a palavra certa, mas cansativo, é, acho que cansativo cai feito uma luva aqui. A Clarissa Pinkola já faz uma crítica sobre as mulheres poderem ser tudo e fazerem tudo na contemporaneidade e como isso nos afeta. Mas não acho que o problema seja esse, na verdade, isso é apenas o mundo se transformando e ressignificando seu caráter. O problema é: não termos ninguém para ser tudo por nós também.

A velha breguice de compartilharmos tudo com alguém e podermos esperar reciprocidade. Fala sério, que me**a de preocupação é essa. Preciso tirar pelo menos um 9 neste trabalho e não me sentir tão inútil. Afastar o pensamento de ser tão insignificante para a ciência, ou para, enfim, não me sentir tão mortal.

É isso então, tudo isso esconde o medo da morte, ou é medo de estar morta e nem saber? Eu estou no curso certo, é tantas perguntas que eu acho que deveria fazer parte da galera que anda de havaina e boina na universidade, a galera de filosofia parece estar sempre tão despreocupada, como se as perguntas fossem seus colinhos de papai e mamãe, só que eles amam fazer críticas aos papais e as mamães deles. Bom, eu não tenho pai, e minha mãe, minha mãe é mio a Val, minha história é meio essa ( Que Horas Ela Volta?), haaaa, e as perguntas, bem, as perguntas não me confortam, me afugentam e me irritam, irritam muito. Mesmo em dia qualquer de greve.

É pal, é pedra, é o fim do caminho. Estou ouvindo isso.

Eduarda Vieira

24/04/2024