Para mulheres que escrevem
Este texto é muito específico para mulheres que escrevem, mas fiquem à vontade para ler, mesmo quem não se enquadra neste recorte proposto. Meu texto abaixo, Peixe, é claramente um texto intimista, feminino, sentimental. Mas também complexo. Como qualquer texto passível de críticas, podendo ser amado, odiado. Ou ficar no limbo do meio termo. Mas por que me proponho a fazer um texto sobre ele, a partir de um comentário masculino fora da curva, devidamente apagado? Não seria melhor seguir em frente e torná-lo insignificante como devia ser? E por que apagá-lo? A vergonha alheia não devia ser exposta e perpetuada nesse mural? Desta forma não seria melhor o entendimento?
Mas sem maiores delongas, início aqui a explicação que me fez escrever um texto específico para essa questão. Heis que me deparo com o comentário de um senhor, que provavelmente confuso ou perplexo diante da subjetividade feminina, precisou registrar em palavras a sua concretude de segurança, falando sobre futebol. Relacionando o peixe em questão ao seu time de futebol, o Santos (!). Sim, queridas companheiras de escrita, é assim que muitas vezes nossos sentimentos mais complexos, nossa sensibilidade, feminilidade e anseios são sempre testados e postos a prova.
Então este texto não se resume a um texto/protesto ou um texto/reflexão sobre o machismo, sobre fragilidades, sobre violências em forma de ironia ou apagamentos ou sobre reduzir ao ridículo algo que nos é muito valioso. Talvez seja sobre tudo isso também. Mas acredito que é essencialmente um texto/manifesto, para que a gente não desista de tudo aquilo que faz nossa alma vibrar. Sigamos escrevendo. Sigamos vivendo. Com nossa complexidade, subjetividade e também nossa racionalidade, tantas vezes apagada ou diminuída. Sigamos.